"O Quénia e África precisam de amigos que estejam dispostos a trabalhar connosco para alcançar os nossos objetivos e aspirações" – afirmou o Presidente queniano Uhuru Kenyatta no decorrer da recente cerimónia de inauguração do porto petrolífero de Mombaça, em que participou o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi.
O terminal petrolífero de Mombaça, construído com o apoio da China, é um projeto marcante para a revitalização económica do Quénia, que permitirá poupar o equivalente a muitos milhões de euros nos carregamentos de petróleo. Trata-se de mais um projeto no âmbito do programa internacional da China designado por “Uma Faixa, Uma Rota”.
No início deste ano, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês visitou a Eritreia e o Quénia, na África Oriental, e as Comores, na África Austral, cumprindo o que já é uma tradição da diplomacia chinesa: fazer a primeira visita de cada ano a África.
Recorde-se que há pouco mais de um mês, na 8ª Conferência Ministerial do Fórum sobre Cooperação China-África, o Presidente chinês Xi Jinping anunciou a implementação de nove iniciativas importantes para essa cooperação. Esta visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês a África tem como objetivo promover essa política, mas também apoiar os países africanos na superação da epidemia e na recuperação económica.
O número de casos de covid-19 em África já excedeu os 10 milhões, enquanto a taxa de vacinação é inferior a 10%. Aumentar a taxa de vacinação é uma questão urgente para África. Há cerca de um mês a China anunciou que iria fornecer mais mil milhões de doses de vacinas a África, e alguns países africanos já começaram a recebê-las em grande quantidade. Durante esta visita a África, o Ministro Wang Yi anunciou que a China iria fornecer mais 10 milhões de vacinas ao Quénia, para além de apoiar as Comores a atingir o objetivo de imunização universal no prazo de um ano.
A visita do dirigente chinês teve outros momentos de cooperação prática. Por exemplo, a China e o Quénia aprovaram protocolos de cooperação sobre economia digital, investimento e agricultura. A China vai apoiar o Quénia na construção de zonas económicas e parques industriais ao longo das linhas férreas. Outro acordo foi celebrado com a Eritreia para a cooperação em infraestruturas, recursos minerais, agricultura e outras áreas.
Em resposta à especulação ocidental sobre a chamada "armadilha da dívida" ou “ameaça da China”, o Presidente da Eritreia, Isaías Afwerki, refutou-a, salientando que a China nunca interferiu nos assuntos internos de outros países, sendo um verdadeiro e indispensável parceiro de desenvolvimento para África.
Segundo os dirigentes chineses, como resultado desta cooperação da China com diversos países africanos, foram já construídos mais de 10 mil quilómetros de ferrovias, quase 100 mil quilómetros de estradas, cerca de mil pontes e uma centena de portos, e ainda grande número de hospitais e de escolas.