Já tinha avançado a intenção, e quarta-feira veio a confirmação: Francisco Rodrigues dos Santos será mesmo recandidato ao lugar à cabeça da mesa centrista, que se decidirá no congresso do partido, após dia 30.
“Tenho a certeza absoluta que nas eleições legislativas vou receber o presente por estes dois anos de liderança que tenho à frente do CDS, depois disso serei naturalmente recandidato ao próximo congresso e irei vencê-lo e continuar como presidente do partido e multiplicar estes aniversários por mais um bom par de anos, espero eu passados no Governo de Portugal”, atirou o líder centrista após uma visita à Feira dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto). O timing não podia ter sido melhor: cumprem-se dois anos desde que Francisco Rodrigues dos Santos foi eleito líder do CDS-PP, na altura num congresso do partido que decorreu em Aveiro.
O foco, neste momento, são os resultados das eleições de domingo – que, augura o centrista, serão “bons” – mas, logo de seguida, o CDS-PP entrará num processo de reflexão interna, num congresso que chegou a estar marcado para novembro do ano passado, e que acabou adiado para depois das eleições legislativas.
Estes resultados serão um dos argumentos na reflexão sobre a sua liderança, garantiu Francisco Rodrigues dos Santos, afirmando que a análise está “sempre dependente dos resultados eleitorais”.
Mas o líder centrista mostrou-se “otimista”: “Os resultados vão correr bem ao CDS e, nessa medida, os portugueses e o meu partido podem continuar a contar comigo”.
Francisco Rodrigues dos Santos tem, no seu portfólio, os resultados das eleições autárquicas de 2021, bem como, de certa forma, das eleições presidenciais do mesmo ano, quando o CDS-PP mostrou publicamente o seu apoio à candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. Agora, os resultados das eleições legislativas serão mais uma arma de arremesso no congresso centrista, faltando saber se será contra, ou a favor do atual líder. Que, face à insistência dos jornalistas, declarou: “O certo é que continue como presidente do partido e vença o próximo congresso.”
Uma vitória que será uma ‘compensação’ dos portugueses ao líder centrista pelo seu trabalho ao longo dos últimos anos. No congresso, avançou o JN, Francisco Rodrigues dos Santos deverá enfrentar Nuno Melo.
legitimidade Em jeito de conclusão, e questionado sobre a sua legitimidade (depois de em novembro do ano passado ter tirado o tapete a Nuno Melo, ao adiar o congresso para depois das legislativas), Francisco Rodrigues dos Santos deixou ainda uma garantia: “A legitimidade de um líder do CDS não é dada nem pelos jornalistas, nem pelos comentadores na televisão, nem pelas oposições internas, é dada pelos militantes do partido que votaram” na sua reeleição.