Se analisarmos o período compreendido entre os anos de 2001 e 2021, percebemos que tanto o número de acidentes registados como os de feridos e vítimas mortais têm vindo a variar bastante. Por exemplo, no primeiro ano em análise, aconteceram 42.521 acidentes e foram registados 57.044 e 1.466 mortos. Este ano foi particularmente negro porque, no dia 4 de março de 2001, ruiu a ponte de Entre-os-Rios, em que um autocarro e três automóveis caíram ao rio Douro, verificando-se a morte de 59 pessoas.
A partir daí, não houve um ano com tantos acidentes, mas aquele em que foram verificados menos foi o do surgimento da pandemia de covid-19. Naquilo que concerne os feridos, também não existiu um ano tão preocupante desde 2001, porém, no ano de 2002 foram constatados 1.469 vítimas mortais, ou seja, mais três do que em 2001. Em 2020, mais uma vez, atingiu-se o menor número de vítimas mortais e feridos.
Se analisarmos o período compreendido entre os anos de 2001 e 2021, percebemos que tanto o número de acidentes registados como os de feridos e vítimas mortais têm vindo a variar bastante. Por exemplo, no primeiro ano em análise, aconteceram 42.521 acidentes e foram registados 57.044 e 1.466 mortos. Este ano foi particularmente negro porque, no dia 4 de março de 2001, ruiu a ponte de Entre-os-Rios, em que um autocarro e três automóveis caíram ao rio Douro, verificando-se a morte de 59 pessoas.Entre janeiro e outubro do ano passado, ocorreram mais de 20 mil acidentes rodoviários com vítimas no Continente. Esta é a principal conclusão do relatório de sinistralidade e fiscalização rodoviária que foi ontem veiculado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que adquire contornos preocupantes quando se entende que apesar de as vítimas mortais terem reduzido, tanto os feridos leves como graves aumentaram significativamente.
Nos primeiros dez meses do segundo ano em que Portugal viveu em plena pandemia de covid-19, “registaram-se 23.573 acidentes com vítimas no Continente, dos quais resultaram 325 vítimas mortais, 1.714 feridos graves e 27.561 feridos leves”, lê-se no texto divulgado pela ANSR, sendo que deu-se uma redução de vítimas mortais (-14, ou seja, -4.1%) quando comparamos estes dados com os do ano anterior.
Porém, constatou-se um aumento nos feridos: mais 179 feridos graves (+11,7%) e mais 1.977 feridos leves (+7,7%), importando referir que os acidentes com vítimas aumentaram 7% (+1.537) igualmente. Por outro lado, se compararmos a média destes dez meses com a do período homólogo dos cinco anos anteriores, concluímos que se verificou a descida nos totais dos principais indicadores: “menos 12,8% nos acidentes, menos 16,6% nas vítimas mortais, menos 3,5% nos feridos graves e menos 15,3% nos feridos leves”.
Através da consulta da Pordata, projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos que fornece estatísticas certificadas sobre Portugal, percebemos que a sinistralidade rodoviária disparou em 1975, ano seguinte ao da Revolução de 25 de abril de 1974, pois passámos de 22.662 acidentes em 1970 para 33.109 nesse ano, e em 1987 – ano seguinte ao da entrada de Portugal na União Europeia –, na medida em que tínhamos se registaram 30.485 acidentes em 1986 e 38.656 no ano seguinte.
A partir daí, o ano com números mais elevados foi 1992, pois deram-se 50.851 acidentes que provocaram 70.986 feridos, enquanto o maior número de mortos pertence ao ano de 1975: 2.676. Este indicador registou o menor total no ano de 2020, com 390 óbitos e, antes da imposição das restrições de circulação, do teletrabalho nas áreas em que o mesmo se aplica e do confinamento obrigatório, no ano de 2016 com 445 mortes.
Despistes originam quase 50% das vítimas mortais Se lermos atentamente o relatório anteriormente mencionado, compreendemos que “a colisão foi a natureza de acidente mais frequente (53,1% dos acidentes), embora tenha estado na origem de 40,3% das vítimas mortais. Por sua vez, os despistes, que representaram apenas 35,1% do total de acidentes, corresponderam a 47,4% das vítimas mortais e a 42% dos feridos graves”.
Naquilo que concerne o tipo de via, 64% dos acidentes aconteceram nos arruamentos, no entanto, as vítimas mortais diminuíram 4,3% e os feridos graves aumentaram 16,9% nestes. Já em relação às estradas nacionais, “onde ocorreram 18,5% dos acidentes, verificou-se uma diminuição de 5,3% nas vítimas mortais e um aumento de 7,3% nos feridos graves”.
Se tivermos em conta a categoria de utente, percecionamos que 70,8% das vítimas mortais eram condutores, enquanto 15,7% eram passageiros e 13,5% peões. A ANSR concluiu que existiram reduções de 24,1% nas vítimas mortais com perfil de peão, enquanto os passageiros e condutores mantiveram os mesmos valores comparativamente com 2020.
Na categoria de “veículo interveniente nos acidentes”, os automóveis ligeiros corresponderam a 71% do total, tendo aumentado 8,8% relativamente ao período homólogo de 2020. Também é de frisar que ocorreram subidas nos velocípedes (+20,4%), nos veículos pesados e ciclomotores/motociclos (+6,4% em ambas as tipologias). Tal pode estar relacionado com o boom das ciclovias. Por exemplo, em abril de 2021, o i noticiava que no ano anterior existiam cerca de 2357 quilómetros de ciclovia em Portugal e o desejo do Governo era que em 2030 se atingissem os 10 mil.
Se pensarmos nas vítimas por categoria de veículo, na janela temporal em questão verificou-se que 54,8% do total de vítimas deslocava-se num veículo ligeiro, enquanto 24,8% circulava em ciclomotores ou motociclos e 7,7% em velocípedes. Já os peões vítimas corresponderam a 9,9% do total de vítimas neste período de 2021.
Outro dado que devemos ter em mente é que 44,9% do número de vítimas mortais registou-se na rede rodoviária sob responsabilidade de dois gestores de infraestruturas: Infraestruturas de Portugal (peso de 40,6% no total) e Brisa (4,3%). No site oficial da primeira, lê-se que “Portugal tem vindo a fazer muitos progressos ao nível da redução da sinistralidade rodoviária, registando em 2019, 23% acima da média UE28. Recorde-se que há 20 anos atrás, Portugal tinha quase três vezes mais do número de vítimas mortais por milhão de habitante”.
Nos dez meses estudados, “foram fiscalizados 99,7 milhões de veículos, quer presencialmente, quer através de meios de fiscalização automática” e contabilizadas 969,6 mil infrações, o que representa uma diminuição de 9,7% face ao período homólogo de 2020. Dá ainda assim cerca de 3200 infrações sinalizadas por dia.
A taxa de infração (nº de infrações/ nº de veículos fiscalizados) foi de 0,97%, uma redução de 11,1% face à taxa de 1,09% registada em 2020, mas a mais registada continuou a ser o excesso de velocidade, isto é, 60,2% do total de infrações em causa. “Verificou-se uma diminuição em algumas tipologias de infrações, sendo de realçar menos 14,7% por excesso de velocidade e menos 1,6% nas transgressões por falta de seguro”, mas aumentaram em 68,4% as infrações pela ausência de inspeção periódica obrigatória, em 37,2% as infrações pelo não uso de sistemas de retenção para crianças e em 19,5% as infrações pelo não uso de cinto de segurança.
O que mudou nos últimos 20 anos?
Se analisarmos o período compreendido entre os anos de 2001 e 2021, percebemos que tanto o número de acidentes registados como os de feridos e vítimas mortais têm vindo a variar bastante. Por exemplo, no primeiro ano em análise, aconteceram 42.521 acidentes e foram registados 57.044 e 1.466 mortos. Este ano foi particularmente negro porque, no dia 4 de março de 2001, ruiu a ponte de Entre-os-Rios, em que um autocarro e três automóveis caíram ao rio Douro, verificando-se a morte de 59 pessoas.
A partir daí, não houve um ano com tantos acidentes, mas aquele em que foram verificados menos foi o do surgimento da pandemia de covid-19. Naquilo que concerne os feridos, também não existiu um ano tão preocupante desde 2001, porém, no ano de 2002 foram constatados 1.469 vítimas mortais, ou seja, mais três do que em 2001. Em 2020, mais uma vez, atingiu-se o menor número de vítimas mortais e feridos.