Futuro líder do ISIS “terá mesmo destino”

Depois da morte de Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, porta-voz dos Estados Unidos afirma que, seja ele quem for, o seu sucessor acabará da mesma forma.

O coordenador da Casa Branca, Brett McGurck, deixou um alerta ao próximo líder da ISIS, avisando-o que terá o mesmo destino que Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, que morreu durante uma ofensiva das forças armadas dos Estados Unidos. 

«Não se enganem, quem quer que o ISIS nomeie como sucessor de Hajji Abdullah [um dos nomes do líder deste grupo], certamente, terá o mesmo destino», disse McGurck à CNN, acrescentado que esta operação foi um «golpe significativo» e que os Estados Unidos vão continuar a acompanhar o grupo insurgente de forma a reduzir a capacidade do de realizar ataques.

O Presidente Joe Biden anunciou na sua conta de Twitter a morte do líder jihadista no noroeste da Síria, que faleceu depois de fazer explodir uma bomba que resultou em 13 vítimas mortais, incluindo seis crianças e quatro mulheres.

Os soldados presentes nesta operação militar terão desembarcado de helicóptero perto de acampamentos para deslocados na localidade de Atmé, na província de Idlib, em grande parte controlada por jihadistas e rebeldes, indica o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), acrescentando que a operação provocou confrontos durante duas horas.

Biden, citado pela Associated Press, afirma que Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, que assumiu a chefia do grupo a 31 de outubro de 2019, poucos dias depois da morte do ex-líder Abu Bakr al-Baghdadi, durante um ataque dos EUA na mesma área, teve o mesmo destino que al-Baghdadi.

«Ele escolheu explodir-se – não apenas com um colete, mas explodir todo o terceiro andar – em vez de enfrentar a justiça pelos crimes que cometeu, levando vários membros de sua família com ele», lamentou o Presidente dos Estados Unidos.

Segundo o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane, esta é a maior operação das forças dos EUA na Síria desde a morte, em outubro de 2019, de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), morto num ataque na região de Idleb, que escapa ao controlo do poder na Síria.

Além do nome Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, pouco se sabe sobre esta figura. Segundo o Departamento de Justiça do governo americano, al-Qurayshi nasceu em Mossul, no Iraque, em 1976, e esteve envolvido diretamente em raptos, assassinatos, e no tráfico de seres humanos.

Al-Qurayshi chegou a ser prisioneiro dos Estados Unidos, com quem colaborou e partilhou informações sobre o Estado Islâmico, revelou uma reportagem do Washington Post, publicada no ano passado, tendo divulgado «informações vitais» como nomes, telefones e retratos dos terroristas.