Depois de terem sido realizados entre 17 a 20 mil pedidos de agendamento da vacinação, com a primeira dose, para crianças com idades compreendidas entre os cinco e os 11 anos, os centros receberam – de acordo com dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) – aproximadamente 74 mil durante este fim de semana, ou seja, mais de 30% das 225 mil elegíveis.
Este aumento deveu-se porque a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou, em declarações à CNN Portugal, que as crianças entre os 5 e os 11 anos que ainda não tivessem tomado nenhuma dose da vacina contra o novo coronavírus poderiam recebê-la em regime de casa aberta no fim de semana, desde que se dirigissem aos centros de vacinação até às 13h de sábado e domingo com os encarregados de educação. Além disto, foram convocadas, por mensagem, 57 mil crianças para serem inoculadas com a segunda dose.
No sábado, a Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou o Relatório Diário de Vacinação contra a covid-19 e a gripe daquele dia e concluiu-se que, na faixa etária anteriormente mencionada, 301 mil e 126 crianças haviam começado o esquema vacinal, isto é, mais 21 do que no dia anterior. Importa referir que, na totalidade, 8.805.684 portugueses tinham a vacinação primária completa, 5.261.883 a dose de reforço e 2.577.281 a vacina contra a gripe.
“Neste fim de semana, o nosso objetivo principal é completar a vacinação das crianças que foram as primeiras a serem vacinadas no início de dezembro”, esclareceu a dirigente em declarações àquele canal televisivo, tendo adiantado que a “decisão é dos pais” e tem de se “respeitar isso” quando foi questionada acerca das crianças que ainda não haviam iniciado este processo.
“Era muito importante que as pessoas percebessem que uma recomendação de vacinação universal é baseada numa série de critérios muito ponderados a nível mundial, europeu e nacional”, tendo em conta que as agências, como a Agência Europeia do Medicamento (EMA), “licenciam todos os medicamentos que tomamos ao longo da vida, portanto são agências altamente credíveis”, observou Graça Freitas, sendo que, à RTP, na manhã de sexta-feira, frisou que “os 200 mil meninos que estão elegíveis para ser vacinados, porque não estão a recuperar da doença, podem ir aos centros de vacinação e vacinar-se”.
MP arquiva inquérito a morte de criança de seis anos Já 100 mil que contraíram a doença terão de aguardar. Tudo indica que a incerteza dos pais e restantes familiares parece estar associada a casos como morte da criança de seis anos no Hospital de Santa Maria a 16 de janeiro, notificada como suspeita de reação adversa à vacina. Mas tal como Nascer do SOL revelou, o Ministério Público (MP) arquivou o inquérito a este óbito. “Na sequência do óbito foi realizada a autópsia médico-legal, a qual concluiu que a morte não foi devida à referida vacinação”, reiterou, indicando que o inquérito é fechado por não haver suspeita de crime. A causa de morte não foi revelada, mas a suspeita de miocardite foi afastada pelo Infarmed e, segundo este, foram reportadas 25 reações graves após as primeiras doses administradas a cerca de 305 mil crianças, entre os quais duas miocardites, com evolução para cura, o que não inclui assim este caso.
Porém, o Nascer do SOL confirmou que a morte do menino “foi incluída no balanço de 126 óbitos notificados após a vacina ao regulador, numa mediana de 77 anos de idade, sem nexo de causalidade apurado”. Há três dias, uma nova carta aberta assinada por 91 médicos voltou a defender a suspensão da vacinação de crianças saudáveis, que é retomada este fim de semana.
Lançada pela primeira vez a 26 de janeiro, com 27 subscritores, a carta aberta conta, atualmente, com as assinaturas de 89 médicos, um farmacêutico e um dentista.
Apesar de, no preâmbulo do documento, os profissionais de saúde terem realçado que as crianças e jovens “só muito raramente desenvolvem doença grave, pelo que não se justifica a sua vacinação em massa”, adiantando que “podem ocorrer efeitos secundários não negligenciáveis, como miocardites, que vão sendo evidenciados por estudos credíveis, pelo que a vacinação comporta um risco que ainda não é bem conhecido”, o caso do bebé de 13 meses que precisou de ECMO prova o oposto.
O menino internado com covid-19 nos Cuidados Intensivos do Hospital de São João, no Porto, e que precisou de Oxigenação por Membrana Extracorporal (ECMO) continua “estável e a evoluir favoravelmente”. Esta informação foi divulgada, ontem, pela unidade hospitalar este domingo. A diretora clínica Maria João Baptista já havia dado conta desse quadro, na conferência de imprensa realizada no sábado, onde explicou que a criança, depois de ter sido ligada à ventilação mecânica, “foi ficando estável”, estando a “equipa clínica a prestar todos os cuidados de que necessita”.
A especialista revelou que o bebé deu entrada no hospital “com covid-19 e com um quadro clínico compatível com a existência de uma miocardite”.