Presidente de clube de futebol da Guarda constituido arguido por auxílio à imigração ilegal

Foram identificados 24 atletas do clube, 21 dos quais com nacionalidades de países terceiros. 

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) constituiu arguidos um clube de futebol da Guarda, assim como o seu presidente e outros quatro dirigentes, por indícios da prática dos crimes de auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos. De acordo com a informação disponibilizada pelo SEF no seu site, todos os arguidos são de nacionalidade estrangeira.

No seguimento da investigação, o SEF executou na quarta-feira uma dezena de mandados de busca às residências dos dirigentes e às habitações onde o clube alegadamente aloja os praticantes de futebol, "na sua esmagadora maioria de nacionalidades estrangeiras". De acordo com a autoridade, o alojamento ocorre em "condições precárias de sobrelotação".

Ao que o SEF conseguiu apurar, a instituição desportiva, "a coberto de cartas convite", terá garantido a entrada de vários atletas no país.

Os cidadãos eram depois inscritos como profissionais de modo a obterem a sua regularização em Portugal como trabalhadores subordinados. Contudo, acabou por se verificar que não existia "o correspondente pagamento salarial".

No mesmo esquema, eram ainda usados "requerentes de vistos de Estada Temporária para exercício de atividade amadora, alegadamente obtidos com recurso a declarações falsas", explica o SEF. Foram identificados, no recorrer da operação, 34 pessoas, sendo que 31 tinham nacionalidades estrageiras, nomeadamente da África do Sul. 

Já relativamente ao número total de indivíduos identificados, 24 tratavam-se de atletas do clube, 21 dos quais possuiam nacionalidade de países terceiros. Na sua maioria, a "permanência em território nacional" não estava regularizada, esclarece o SEF.

No decorrer da operação foi ainda apreendida diversa documentação relacionada com a entrada e permanência de cidadãos estrangeiros em território nacional, nomeadamente documentos indiciadores da realização de contratos de  trabalho de conveniência, assim como material informático e de comunicações.