O engenheiro informático de 43 anos, natural de Cantanhede, no distrito de Coimbra, decidiu parar de colecionar somente para ele e fazê-lo também para os outros. Assim, nasceu o museu LOAD ZX Spectrum.
“O empreendedor, quando tem um problema, resolve-o de alguma forma. Não queria ter os computadores em Lisboa, mas aqui porque senão estaria longe deles e assim contribuo para a evolução do meu concelho. Trabalhava numa empresa cuja sede é em Coimbra e estava habituado a este exemplo de ver uma empresa cuja sede não está em Lisboa ou no Porto a ter sucesso”, explica o fundador do museu dedicado àquele que foi o primeiro computador pessoal de grande parte dos portugueses.
“Era suposto estar no Museu da Pedra cinco ou seis meses, mas tudo correu bem e até comecei a ter visitantes internacionais. Na altura tive 5000 visitantes em seis ou sete meses. Gente da Polónia, da Turquia, Inglaterra, Brasil, Espanha e muito mais”, refere, indicando que, devido ao sucesso da exposição que homenageava o ZX Spectrum, conseguiu que a Câmara Municipal de Cantanhede lhe cedesse a antiga Escola Básica Conde Ferreira para dar a conhecer o microcomputador lançado há quase 40 anos, a 23 de abril de 1982. Deste modo, em 2020, em plena pandemia, nasceu o museu LOAD ZX Spectrum.
“Há por volta de 1000 programas portugueses e, destes, aproximadamente 250 são jogos. Há um certo misticismo porque os jogos eram extremamente difíceis. E isto leva a que muitas pessoas mais novas se interessem por eles”, destaca, adiantando que a Timex, fábrica que se situava na zona de Lisboa, assumiu um papel essencial na construção deste legado por ter produzido “muitos destes computadores”. “Portugal teve um papel muito relevante nesta história e quando faleceram o diretor-geral e o ‘número dois’, não houve nenhuma notícia sobre isto”, lamenta, revelando que o livro “Os Programadores Portugueses”, o primeiro com a chancela do museu e que será assinado por André Leão, fundador do “Planeta Sinclair” – uma ode à vida e obra de Clive Sinclair, criador do ZX Spectrum – e, hoje, um dos grandes amigos de João Diogo.
“Pretendemos dar a conhecer o início do lazer à volta disto e por onde estamos a ir. O futuro deste projeto passa pelo alargamento, pela junção de todas as valências e pela contribuição para a formação em ciências da computação”, conclui.
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