Rússia retira alguns militares junto à fronteira com a Ucrânia

Estes militares vão voltar às suas bases depois de terem concluído os exercícios militares. No entanto, a Rússia vai manter as manobras militares de grande escala junto à fronteira com a Ucrânia. 

Algumas tropas russas estão a ser retiradas junto à fronteira com a Ucrânia para regressar às suas bases, indicou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, esta terça-feira, de acordo com a informação avançada pela agência de notícias Interfax. 

"As unidades dos distritos militares do Sul e do Oeste, que cumpriram as suas tarefas, já começaram a embarcar em meios de transportes ferroviários e rodoviários e iniciarão hoje o retorno às suas bases", disse o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, citado pelas agências de notícias russas.

Segundo a agência Interfax, estes militares vão voltar às suas bases depois de terem concluído os exercícios militares. No entanto, a Rússia vai manter as manobras militares de grande escala junto à fronteira com a Ucrânia. 

Note-se que a Rússia mobilizou, há semanas, cerca de 100 mil soldados para a fronteira com aquele país e tem realizado exercícios militares no mar Negro e na Bielorússia, a poucos quilómetros de Kiev, passando uma mensagem ao Ocidente de que um possível ataque possa vir a acontecer nos próximos dias contra a Ucrânia. 

Este acontecimento é o primeiro sinal de um recuo de Moscovo na crise com a Ucrânia e os países ocidentais que dura desde o final de 2021.

Segundo as informações obtidas pelo i, a Rússia está-se a preparar para atacar a Ucrânia já esta quarta-feira, dado este que fora recolhido pelos serviços de informações norte-americano, através de escutas. No entanto, no final do dia de ontem, após uma conversa entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, os Estados Unidos ainda mantêm a esperança num acordo diplomático. 

Embora o avançar destas notícias, Putin afirma que ainda não é demasiado tarde para dialogar com a Ucrânia e com o Ocidente, de forma a atingir-se um entendimento.

O anúncio de retirada de alguns militares surge no mesmo dia em que o Chanceler alemão, Olaf Scholz, irá visitar Moscovo, depois de ter conversado com presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, esta segunda-feira. 

A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã apelou, esta terça-feira, à Rússia para retirar as tropas da fronteira com a Ucrânia. “A situação é particularmente perigosa e pode degenerar a qualquer momento (…) e devemos usar todas as oportunidades de diálogo para alcançar uma solução pacífica”, apontou Annalena Baerbock, citada num comunicado.

A ministra dos Negócios Estrangeiros afirma que “a responsabilidade pelo fim da escalada está claramente do lado da Rússia, e cabe a Moscovo retirar as suas tropas”.

Já para apoiar a Ucrânia, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, anunciou que o Canadá vai fornecer a Kiev equipamento militar no valor de 5,4 milhões de euros. Segundo Trudeau, “a intenção deste apoio do Canadá e de outros parceiros é dissuadir mais agressões russas”.

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