Bruno Paixão, o árbitro que foi acusado de ter recebido dinheiro por parte do Benfica a troco de diferentes benefícios ao clube da Luz, fez uma ‘limpeza primaveril’ das informações que dispõe nas suas redes sociais, ao mesmo tempo que o Casa Pia anunciava a desvinculação do ex-árbitro.
A informação foi inicialmente avançada por Rui Pinto, o famoso pirata informático português conhecido pelo seu envolvimento no caso dos Football Leaks, que revelou as mudanças no perfil de Bruno Paixão na rede social Linkedin, virada para o mercado de trabalho, onde o ex-árbitro retirou as informações sobre a sua passagem pelo Casa Pia como consultor de arbitragem.
“Entretanto, por ‘mera coincidência’, Bruno Paixão substituiu no perfil de Linkedin as referências ao seu cargo na Direção de Arbitragem do Casa Pia Atlético Clube, por Motorista Uber”, acusava Pinto na noite de segunda-feira, juntando duas capturas de ecrã que mostravam, alegadamente, as mudanças na página de Bruno Paixão no Linkedin.
Recorde-se que Paixão, que fez parte da AF Setúbal, chegou à 1ª categoria em 1999, subindo aos quadros internacionais em 2004. A carreira em campo acabou em 2018, seguindo-se três épocas como VAR e, depois de pendurar o apito, em maio de 2021, Bruno Paixão começou a conduzir uma viatura para a Uber, passando também a exercer funções como consultor no Casa Pia – cargo que, agora, não desempenha mais, segundo o próprio clube anunciou.
Bruxo Paixão, “em respeito aos princípios da instituição, decidiu na noite de ontem cessar a sua colaboração”, revela o emblema em comunicado, esclarecendo: “Relativamente às notícias que, de uma forma especulativa, envolveram o nome do Casa Pia, cabe esclarecer que o Sr. Bruno Paixão, colaborava desde julho de 2021, enquanto prestador de serviços pontual em sessões de formação e esclarecimento acerca das atualizações das leis de jogo e arbitragem”.
Um comunicado publicado após o tweet de Rui Pinto, onde o pirata informático dava já conta da mudança do estado profissional de Bruno Paixão.
Investigação em curso O comentário de Rui Pinto relativamente a esta mudança nas redes sociais, no entanto, não foi o primeiro que o hacker português fez. “Estará em causa novamente uma ‘mera coincidência’. Porventura a mesma coincidência que levou Bruno Paixão, Paulo Gonçalves e Rui Costa a Pina Manique”, acusava Pinto na noite de segunda-feira, comentando a notícia de que o ex-árbitro está sob investigação, no âmbito da constituição de uma cascata de empresas que colaboravam com o Benfica.
Paixão é suspeito de ter recebido milhares de euros da empresa de informática que é suspeita de ter servido de saco azul ao Benfica. A investigação alega que a empresa ‘Best for Business’ terá recebido 1,9 milhões de euros do clube por serviços de consultoria fictícios. Uma das várias de uma rede de empresas no universo de Bruno Paixão que, alegadamente, faturavam despesas informais.
O dinheiro alegadamente recebido por Bruno Paixão, acusa a investigação, teria como objetivo levar o árbitro a adulterar a verdade desportiva, através de subornos, para beneficiar o Benfica. O futuro, caso se comprove esta acusação, não é risonho para as ‘águias’, que podem ser castigadas com uma descida de divisão.
O clube da Luz reagiu à notícia na noite de segunda-feira, emitindo um comunicado onde argumenta: “Mais esclarecemos que no âmbito do referido processo nunca a Benfica SAD ou os seus representantes legais foram confrontados com quaisquer factos que envolvessem o nome do Senhor Bruno Paixão e/ou quaisquer acusações de corrupção desportiva”.