Aparentemente, o sucesso da aposta de Putin era óbvio.
Teria o apoio dos russos, que muito habituados a serem escravos, preferem ver uma grande Rússia a terem paz. E deveria dividir o Ocidente, que nunca se mostrara capaz de grandes sacrifícios (como se viu nas vésperas da II grande Guerra).
E afinal, estava a pedir só o que todo o Mundo (com a gritante excepção das autoridades cubanas) apoiara a Kennedy, sobre os mísseis russos em Cuba.
Mas falhou na 2ª parte da premissa: o Ocidente mostrou-se unidíssimo, e até a Alemanha acabou por alinhar contra os seus interesses mais imediatos de continuar para já a consumir o gás russo. Embora nada tenha dito sobre o Nord Stream 2, Scholz também ficou calado quando Biden disse que o destruiria logo no início de um eventual conflito. E agora fez imensas promessas à Ucrânia, e foi dizer a Putin que deveria ver o Ocidente todo unido, desde Washington à Europa. Macron, manteve também a unidade ocidental, apesar da posição fortemente antiamericana e anti-NATO dos franceses, desde De Gaulle.
Mas será que Putin seria assim mesmo tão ingénuo como parece? E deu mesmo pretextos gratuitos aos EUA para trazerem, eles ou a NATO, mais tropas e armamento para a Europa? E terá mesmo vantagem na única coisa que conseguiu: a falência quase completa da Ucrânia? Ou queria apenas que a Ucrânia desistisse de entrar na NATO, mesmo pondo-lhe à porta, noutros sítios, as suas tropas.