A União Europeia (UE) está “em stand-by” no que toca à crise russo-ucraniana, afirmando que as eventuais sanções à Rússia serão aplicadas "em reação a factos e não em prevenção”, afirmou esta terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros.
“Temos de estar vigilantes, é assim que saímos [da reunião dos chefes da diplomacia da UE]. […] Temos de estar em ‘stand-by’, prontos para ir vendo o evoluir da situação e reagir imediatamente, se for esse o caso”, disse Augusto Santos Silva, falando aos jornalistas portugueses, em Bruxelas, após uma “reunião longa” sobre a crise ucraniana. O chefe da diplomacia portuguesa apontou que, “infelizmente, ao longo do dia de ontem [domingo] e de hoje, sucederam-se sinais que são absolutamente contraditórios”.
“Desde logo a decisão inopinada da Rússia e Bielorrússia de prosseguirem com os exercícios militares conjuntos além do dia previsto para o seu término, que era ontem, domingo, assim desdizendo o que tinham dito há dias”, disse ainda Santos Silva.
A diplomacia europeia, disse, foi confrontada com “as declarações de Moscovo que mostram alguma relutância na realização da cimeira [do presidente norte-americano Joe] Biden com [o presidente russo Vladimir] Putin e mostram que a condição essencial para que os contactos diplomáticos prossigam e sejam frutíferos, que é a Rússia comprometer-se com o desagravamento da situação e com a posição de, em nenhuma circunstância, invadir militarmente território ucraniano, essa condição está longe de ser dada por garantida”.
O ministro português foi direto: “A nossa posição é muito simples e é a de sempre e nós não usamos a figura das sanções preventivas, nós tomamos medidas quando elas são necessárias e tomamos medidas restritivas quando são indispensáveis, devidamente ancoradas e fundamentadas juridicamente”.
No final, Santos Silva explicou que "qualquer agressão militar da Rússia à Ucrânia terá como resposta imediata um pacote de sanções económicas muito duras da parte da UE”.