Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a covid-19 vai cessar funções

Gabinete foi criado em janeiro de 2020, ainda antes dos primeiros casos serem detetados em Portugal.

O Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a covid-19, coordenado pelo pneumologista Filipe Fores, vai cessar funções. Em causa está a evolução positiva da pandemia.

A informação foi confirmada pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, em declarações à agência Lusa. “O Gabinete de Crise deu uma resposta extraordinária durante estes dois anos. Foi constituído por um grupo de especialistas de diferentes áreas que souberam, desde a primeira hora, fazer recomendações e antecipar decisões que eram importantes para o país”, sublinhou, referindo que, uma vez que Portugal vai “entrar numa fase endémica dentro de pouco tempo” e face à elevada taxa de vacinação e de imunização natural “é altura de encerrar o trabalho do Gabinete de Crise”.

Contudo, este gabinete “será transformado” e vai passar a acompanhar outros desafios da Saúde. O objetivo é, segundo o bastonário, ter um “gabinete novo virado para as necessidades em termos globais e desafios do país” nesta área.

Miguel Guimarães explicou ainda que o gabinete irá fazer “vigilância ativa do que vai acontecendo a nível internacional” no que diz respeito a potenciais ameaças.

“Uma das grandes lições que se tira desta pandemia é que temos de estar preparados”, destacou.

O bastonário considerou ainda que as recomendações e propostas deste Gabinete, criado em janeiro de 2020, foram, “de uma forma geral”, acolhidas “sempre com atraso” pelas entidades públicas nacionais e criticou o facto de a Ordem dos Médicos nunca ter sido “convocada” para participar nos encontros entre políticos e especialistas no Infarmed, apesar de ter estado “sempre disponível” para isso.