Man Ray pode bater recorde em leilão com a fotografia ‘Le Violon d’Ingres’

A foto, intitulada ‘Le Violon d’Ingres’, foi tirada em 1924 pelo artista surrealista Man Ray e deve atingir entre cinco e sete milhões de dólares, o equivalente a 4,4 e 6,2 milhões de euros num leilão em maio. 

A famosa foto “Le Violon d’Ingres”, de Man Ray (1890-1976), está prestes a fazer história como a fotografia mais cara já vendida em leilão. 

A impressão original da obra-prima deve atingir entre cinco e sete milhões de dólares, o equivalente a 4,4 e 6,2 milhões de euros, quando for leiloada na leiloeira Christie's, em maio. 

A imagem, tirada a preto e branco em 1924, transforma as costas nuas da amante de Ray, Kiki de Montparnasse, num violino e faz referência às duas aberturas do instrumento em forma de “f” e “f” invertidos que o fotógrafo desenhou.

Assim, o artista esperava “oferecer” a este corpo nu feminino “uma intensidade erótica especial”, comparando-o ao corpo sonoro de um violino.

Ray, cujo nome de nascimento era Emmanuel Radnitzky, foi um membro chave dos movimentos dadaístas e surrealistas e o seu 'Le Violon d'Ingres' é considerado o seu trabalho mais famoso. 

Hoje, faz parte do lote de obras de arte, fotografias, joias e cartazes do acervo acumulado ao longo de décadas pelo casal Rosalind Gersten e Melvin Jacobs, que adquiriu a fotografia em 1962.

Jacobs, ex-presidente e CEO da Saks Fifth Avenue – rede de lojas de departamentos de luxo americana -, morreu em 1993 aos 67 anos, enquanto a sua esposa Rosalind, a executiva da Macy's, morreu em 2019, aos 94. 

A filha do casal e executora do espólio, Peggy Jacobs Bader, afirmou que cada peça da coleção "tem uma história única e íntima por trás" e reflete o "espírito alegre do relacionamento dos seus pais".

Por sua vez, Darius Himes, chefe internacional de fotografia da Christie's, considera a foto "uma das obras mais icónicas do século XX" e acrescentou que "o alcance e a influência dessa imagem, ao mesmo tempo romântica, misteriosa, travessa e divertida, cativou o olhar de todos”. “Como um trabalho fotográfico, é sem precedentes no mercado", acrescentou.

O recorde atual de uma fotografia vendida em leilão é de Andreas Gursky's, Rhein II, tirada em 1999 e que foi vendida pela Christie's por um valor sem precedentes de 4,3 milhões de dólares, o equivalente a 3,8 milhões de euros, em 2011.