As medidas para poupar água no Algarve vão ser fechadas esta sexta-feira numa reunião da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), depois de esta semana a região ter acolhido a primeira de cinco reuniões marcadas pela Agência Portuguesa do Ambiente a discutir localmente as medidas a tomar para enfrentar uma seca sem sinais de fim à vista.
Do encontro em Lagos, que juntou câmaras, representantes do setor agrícola e associações de regantes, setor turístico e empresas de golfe foram aprovadas medidas gerais, cabendo agora à AMAL decretar as restrições ao consumo de água não potável na rede pública, que deverão passar pela suspensão de rega de espaços verdes com elevadas necessidades hídricas, leia-se relvados, o aproveitamento de águas residuais para lavagem de contentores e de ruas (sendo também já usada nos campos de golfe dos Salgados e Quinta do Lago) e para já a suspensão do fornecimento a fontes decorativas sem circuitos fechados. Ficou assim de fora das recomendações, para já, a proibição do enchimento de piscinas.
Mas a situação é de seca extrema em toda a região, com maiores preocupações na albufeira da Bravura, reservada em exclusivo para abastecimento público – situação que será reavaliada no final de março. Foi permitida a reativação de captações públicas de água subterrânea para reforço de abastecimento aos concelhos de Lagos, Vila do Bispo e Aljezur, em maior risco de escassez de água, e a gestão da situação terá um acompanhamento semanal.
Depois da reunião da Subcomissão Regional da Zona Sul da Comissão de Gestão de Albufeiras, ontem teve lugar a reunião da subcomissão do Alentejo e ao final do dia não se conheciam ainda decisões. Segue-se, dia 9 de março, a reunião da subcomissão Centro – Tejo, onde Castelo de Bode é uma das preocupações. Dia 10 terá lugar a reunião da subcomissão Norte e dia 16 a reunião do Centro – Vouga, Mondego e Lis. Só depois, numa data que ainda não foi tornada pública, vai reunir-se a comissão permanente de seca, que como o i noticiou esta semana, deverá prolongar a suspensão de produção de eletricidade nas cinco barragens onde foi interdita no início de fevereiro.
O travão à produção hídrica nas barragens que garantem primariamente o abastecimento de água para consumo humano, em que a APA estabeleceu que tem de estar assegurado o consumo por dois anos, pode vir a manter-se até ao outono.