Por Jorge Bruno Ventura, Professor Universitário Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Resolvo nesta crónica falar de dois temas. O primeiro mostra as virtudes empreendedoras dos portugueses capazes de transformar o país em símbolo de um produto que não o tem na sua origem. O produto é o ‘bacalhau’ e as suas imensas formas de confeção. O outro tema, a verídica história de amor de Pedro e Inês, sugere que ainda há muito para aproveitar nas oportunidades e contributos para posicionar o país.
De há muitos anos passados que Portugal transformou-se em símbolo de um peixe que não vive nas suas águas. Para o pescar (adquirir), os portugueses partem para longínquas águas frias de mares que pertencem a outras economias. Até aqui nada de muito inovador! Mas a salga e seca do bacalhau é o aspeto empreendedor que deve ser salientado porque acrescenta valor ao produto e torna este país em símbolo do comer bom bacalhau. Uma importante vantagem competitiva e verdadeiro empreendedorismo.
São várias as razões que justificam este contexto, mas o que se deseja salientar neste texto é esta capacidade de acrescentar valor a um produto, tornando-o mais rentável e apetecível para consumidores e clientes. Os estrangeiros que passam pelo nosso país querem comer o célebre bacalhau numa das 1001 maneiras de confecionar e que também são um contributo para a mais-valia conferida pelos portugueses a este produto
Mas há um outro lado. William Shakespeare escreveu uma peça de teatro na mais pura herança das tragédias de amor: Romeu e Julieta. A sua narrativa tornou-se famosa em todo o mundo e a cidade italiana de Verona símbolo de viagens associadas às juras de amor e paixão. A peça de Shakespeare é uma inspiração de contos italianos…uma história com elementos de criação. Portugal é testemunha de uma história de amor inigualável.
A história de amor entre o Príncipe D. Pedro e D.ª Inês de Castro não nasceu de uma peça de teatro ou de um qualquer conto. Mais forte e intensa que Romeu e Julieta, esta história de amor verdadeiro é um é dos mais fortes expoentes da sensibilidade humana. Esta história, em tudo mais rica que a de Shakespeare, tem de ser conhecida em todo o mundo…
Pedro tem de ocupar o lugar de Romeu. E Inês o de Julieta. É preciso merchandising de Pedro e Inês. Não tenhamos medo em transformar este episódio da nossa história em algo apetecível para os turistas, num chamariz capaz de contribuir para um espaço de viagens de lua-de-mel e acrescentem valor ao país do bom clima, das praias e da gastronomia.
À história de amor de ‘Pedro e Inês’ falta o empreendedorismo que aplicámos ao bacalhau.