Matos Fernandes assegura que água para consumo está garantida por dois anos

O ministro indicou que o sul já sente a escassez de água e que no norte, tendo mais disponibilidade, ela é “cada vez mais rarefeita”, sendo esta a realidade a que os portugueses se têm de habituar.

O ministro do Ambiente e Ação Climática garantiu esta quinta-feira no parlamento que a água para consumo humano está assegurada para os próximos dois anos, mas advertiu que a seca no país é estrutural.

“A seca em Portugal é estrutural”, afirmou João Pedro Matos Fernandes no início de um debate na Assembleia da República sobre a seca no país, a requerimento do PCP.

O ministro indicou que o sul já sente essa escassez de água e que no norte, tendo mais disponibilidade, ela é “cada vez mais rarefeita”, sendo esta a realidade a que os portugueses se têm de habituar.

O governante lembrou ainda que, nos últimos 20 anos, a precipitação em Portugal e Espanha diminui cerca de 15%, prevendo-se que diminua entre 10 a 25% até ao final do século, atentando à importância da necessidade de adaptação a uma situação de menos chuva e menos água disponível.

Além disso, apontou que os investimentos em abastecimento e saneamento passarão de 875 milhões de euros (do atual Quadro Comunitário de Apoio) para mais de mil milhões de euros no próximo Quadro Comunitário de Apoio. Assim, haverá 14 vezes mais fundos para apoiar a reutilização de águas residuais.

Entre outros investimentos, o ministro referiu também que está adjudicado o estudo prévio para o sistema de dessalinização, prevendo-se a sua Avaliação de Impacto Ambiental já este mês.

Sobre a situação das barragens, Matos Fernandes disse que o volume de água está a recuperar e que se aconselha prudência, sendo que dependendo das chuvas as medidas poderão ser reforçadas ou aligeiradas, embora a água para consumo humano esteja assegurada para dois anos.