O Infarmed esclareceu esta terça-feira que o iodeto de potássio de 65 mg, indicado para mitigar a exposição a radiação em caso de acidente nuclear, não é vendido em Portugal e que os medicamentos com iodeto de potássio à venda nas farmácias destinam-se à correção do de deficiências nutritivas e à prevenção de defeitos do tubo neural e de distúrbios neurológicos do feto durante a gravidez, são sujeitos a receita médica e devem ser tomados de acordo com indicações médicas.
O esclarecimento surge depois de o SOL ter noticiado o aumento da procura nas farmácias de comprimidos de iodo por receio de um conflito nuclear e com pouca informação, já que os pedidos estavam a chegar sem receita e os produtos à venda em Portugal não têm as dosagens indicadas. Na sexta-feira, o Infarmed disse apenas que não se verificava um aumento das prescrições e que este medicamento só podia ser vendido com receita.
Apesar disto, uma das empresas que comercializa um suplemento com iodo pôs mesmo a circular uma publicidade alusiva a essa proteção, o que motivou um alerta para publicidade enganosa da Sociedade Portuguesa Medicina de Urgência e Emergência.
“A toma de medicamentos à base de Iodeto de Potássio sem aconselhamento médico é desnecessária e pode desencadear desequilíbrios funcionais graves no organismo”, disse o Infarmed numa resposta enviada ao i a propósito das recentes notícias, garantindo que, caso necessário, o iodo na dosagem certa será disponibilizado pelas Autoridades de Saúde.
O regulador não respondeu se existe stock de iodo para esse feito na reserva estratégia de medicamentos.