A corrida aos combustíveis provocou nalguns casos horas de espera e, pelas últimas notícias, o cenário parece que poderá vir a repetir-se já no início da próxima semana com a previsão de um novo aumento. Depois da pandemia ter ensinado até os mais resistentes a renderem-se às compras online, eis que, aqui chegados, não restam grandes alternativas. Embora nalgumas situações pareça ser meramente opcional, o que poderia ser um caso de estudo esse estranho fenómeno de quem opta por fazer parte de uma fila indiana quando muitas vezes não há razão para isso. Não confundamos isso com chico-espertice, como os amantes de ultrapassagens nas filas de trânsito para uma saída única, que diariamente gostam de se questionar sobre a inteligência (ou falta dela) daqueles que optam por ficar no pára-arranca.
Uma vez por outra até pode acontecer. Há urgências e motivos que podem justificar determinadas pressas, mas se fossem apenas casos excecionais seria impossível depararmo-nos com circunstâncias que pedem o uso dos quatro pistas diariamente.
Muito provavelmente, a maioria não terá pressa para chegar a qualquer compromisso ou local. Parece até que não passa de um desafio pessoal de final de dia, sem grandes louros a recolher.
Mas o preço a que estão a gasolina e o gasóleo até serve de motivação para continuar a poupar às vezes nem cinco minutos; no entanto ficará a inigualável satisfação de ter mantido sempre a terceira, sem provocar gastos maiores.
E se esses mesmos cinco minutos forem o tempo de tomar um banho, até pode tratar-se de um mau condutor, mas pelo menos é um mau condutor amigo do ambiente.
Se meter a massa a cozer antes, ainda rentabiliza mais a ultrapassagem limite.
Amanhã lá irá pronto para mais uma. Talvez apenas a fila nos postos de abastecimento lhe dê travão. Só e certamente porque ficou sem combustível.