A invasão russa da Ucrânia trará várias consequências para o país atacado e as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) não são animadoras, apontando para uma recessão sem precedentes, com a economia a cair pelo menos 10% este ano.
“No mínimo”, o produto interno bruto (PIB) ucraniano registará uma contração de 10% em 2022, na hipótese de “uma resolução rápida” do conflito e contando com ajuda internacional “substancial”, de acordo com uma primeira estimativa do FMI.
No entanto, as incertezas ainda são muitas e, por isso, os números podem ser mais assustadores. Se a guerra se prolongar, o PIB ucraniano pode derrapar entre 25 e 35%, muito mais do que a contração de 10% registada em 2015, num contexto da ofensiva russa na Crimeia.
“As perdas crescentes do ‘stock’ de capital físico e a migração em massa podem resultar numa contração do PIB ainda mais pronunciada, um colapso nos fluxos comerciais, uma menor capacidade de receita fiscal e uma deterioração do saldo orçamental e externo”, avisa o FMI.
Quem também se mostrou preocupado com o conflito foram os ministros das Finanças da zona euro, que se reuniram esta segunda-feira, admitindo ajustes face ao impacto económico. “Depois de dois anos sob o domínio da pandemia de covid-19, a União Europeia vê-se confrontada com um momento crítico causado pela agressão militar russa não provocada e injustificada contra a Ucrânia”, disseram os ministros, acrescentando que o Eurogrupo “apoia plenamente todas as ações e sanções que estão a ser adotadas pela UE e pelos seus aliados contra o agressor e reconhece também que podem ser necessárias medidas económicas adicionais para apoiar a Ucrânia e para proteger os nossos valores fundamentais”.