Cerca de metade dos portugueses que utilizam automóvel para se deslocar para o trabalho não tem alternativas disponíveis e 18% garantem que os transportes públicos são insuficientes, estando assim impossibilitados de escapar ao grande impacto financeiro provocado pelos aumentos do preço dos combustíveis. Os dados foram divulgados esta quarta-feira pela Fixando, com base num inquérito realizado a 664 clientes da plataforma, realizado entre 9 e 14 de março.
Segundo os inquiridos, o carro continua a ser o meio escolhido pela grande maioria (75%) dos portugueses mas, com os aumentos nos preços dos combustíveis, alguns condutores já equacionam a utilização de transportes públicos (24%) ou de bicicleta (15%).
Também o aumento do preço da energia doméstica preocupa a esmagadora maioria dos portugueses, traduzindo-se numa tentativa de mudança de hábitos por parte da população, nomeadamente através da redução da utilização de equipamentos elétricos (57%) e da procura de equipamentos com menor consumo energético (17%).
Ainda assim, cerca de 25% dos proprietários consideraram que o investimento em energias renováveis, como painéis solares, é uma alternativa ainda pouco acessível a grande parte da população. Segundo os dados do inquérito, a maioria dos inquiridos (62%) não considera instalar painéis solares ou alternativas energéticas na sua habitação, decisão principalmente justificada com o investimento inicial elevado (44%), características da habitação (23%) ou por não considerarem que o investimento compensa (10%).
A Fixando revela também que a preocupação dos portugueses com o preço e com o impacto ambiental do consumo de energia, tem-se traduzido num aumento de 291% da procura por energias renováveis, face a 2021.
“Infelizmente, a mão-de-obra disponível para este tipo de serviços, como a instalação de painéis solares, não está a conseguir dar resposta à crescente preocupação dos portugueses com os problemas energéticos. Cerca de 60% dos nossos clientes não têm conseguido encontrar especialistas disponíveis para estes projetos”, diz Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da Fixando.
Apesar de haver incentivos importantes para investimento em energias renováveis, como os programas do Fundo Ambiental, a responsável alerta que não é suficiente: “É fundamental reforçar o lado da oferta, especialmente na formação e certificação de profissionais desta área”, conclui.