Os bombeiros de Alenquer anunciaram esta quarta-feira que iriam suspender, pelo menos até dia 15 de abril, o toque da sirene da assinala as 12h00, de modo a que os refugiados ucranianos recém-chegados não associem esse som aos da sirene que indica eventuais ataques armados e recolhimento obrigatório.
Numa nota de imprensa, o município de Alenquer informou que as corporações de bombeiros de Alenquer e da Merceana, assim como as secções de Olhalvo e da Abrigada, durante os próximos trinta dias têm "suspenso o habitual toque das sirenes que assinala o meio-dia, por respeito e solidariedade para com os refugiados ucranianos recém-chegados ao território".
"A nossa realidade convive com as sirenes ao meio-dia, diariamente, mas foi-nos relatado um momento menos bom, após o toque da sirene, em que duas crianças refugiadas não reagiram da melhor maneira. Foi esse o clique que nos fez pensar e executar esta proposta", explicou Rodolfo Baptista, o comandante municipal da Proteção Civil.
Na mesma nota, é ainda referido que com a "suspensão do toque das sirenes, os serviços municipais de Proteção Civil visam proporcionar algum sentido de paz e tranquilidade aos refugiados ucranianos, dissociando este som das experiências traumáticas que os assolaram nas últimas semanas em função do conflito armado que decorre no país de origem".
O município adianta que chegaram àquele concelho pelo menos 40 refugiados, entre mulheres e crianças, tendo estes sido acolhidos por familiares que residem no território.
Numa publicação na rede social facebook, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alenquer lembra que, em cenários de guerra, os toques de sirene "estão associados a bombardeamentos e informações sonoras às populações, para procura de abrigos, para não se tornarem as vítimas seguintes do flagelo da guerra".
Desse modo, esse som "reaviva memórias que todos queremos esquecer, em particular, quem está entre Nós e viveu de perto esta triste realidade".