A China voltou a registar um novo máximo diário de infeções de covid-19, com 5 280 casos, mais do dobro do registado na segunda-feira, numa altura em que o país está a voltar a confinar para tentar evitar a propagação do vírus.
A rápida disseminação está a acontecer devido à linhagem BA.2 da variante Omicron, que está a colocar em causa a eficácia da política chinesa de “Zero Casos”, onde, apesar de ter ajudado a prevenir surtos em larga escala, as autoridades aplicam duros confinamentos a largos segmentos da sua população, que devem permanecer encerrados em casa, um rígido controlo das fronteiras e aumento das exigências de testagem.
Apesar do número de casos ser “pequeno para os padrões globais”, escreve o Guardian, especialistas em saúde afirmam que a taxa de aumento de casos diários nas próximas semanas será um fator crucial para determinar se a abordagem da política de “Zero Casos” ainda é eficaz contra a variante Omicron, que se espalha mais rapidamente.
Até ao momento, pelo menos onze cidades e províncias foram confinadas por causa deste mais recente aumento de casos de covid-19, sendo o caso mais preocupante o da província de Jilin, no nordeste do país, na fronteira com a Coreia do Norte, onde foram detetadas mais de 3 000 novas infeções, incluindo 2 601 casos locais.
Surtos menores surgiram em todo o país, inclusive nas principais cidades: Pequim, no centro financeiro de Xangai, onde as autoridades isolaram prédios de apartamentos individuais e testaram todos os moradores, e no centro tecnológico de Shenzhen, que abriga 17 milhões de pessoas.
Além do isolamento das cidades, o regulador de aviação da China informou que 106 voos internacionais programados para chegar a Xangai vão ser desviados para outras cidades entre os dias 21 de março a 1 de maio.
Se a situação parece grave na China, especialistas acreditam que pode ficar ainda pior, com o jornal inglês a citar um sistema de previsão da covid-19, utilizado pela Universidade de Lanzhou, no noroeste da China, que previu que o presente surto de infeções apenas será controlado no início de abril, depois de atingir um total acumulado de cerca de 35 000 casos positivos.
Contudo, apesar deste ser o surto mais grave na China, desde Wuhan em 2020, as autoridades podem conseguir controlá-lo desde que as rigorosas restrições permaneçam em vigor, afirmou a universidade.
Recorde diário de mortes na Coreia do Sul Já a Coreia do Sul registou, entre segunda e terça-feira, 293 mortes atribuídas à covid-19, o valor mais elevado desde o início da pandemia, com o país a enfrentar um aumento recorde de casos.
Apesar de o número de pacientes em situação grave ou crítica ter também atingido um novo máximo, 1 196, as autoridades de saúde disseram que a resposta médica da Coreia do Sul permanece estável.
Mas o Governo sul-coreano indicou esperar que a pressão sobre o sistema hospitalar aumente nas próximas semanas, considerando os intervalos de tempo entre infeções, hospitalizações e mortes.