A costa Nordeste do Japão, nas regiões de Fukushima e Miyagi, foi ontem atingida por um sismo de magnitude 7.3 na escala de Richter, fazendo soar os alarmes de tsunami e deixando dois milhões de lares japoneses em completa escuridão, sem eletricidade. Várias linhas de comboio viram os serviços suspensos, havendo mesmo registo de descarrilamento de um ‘comboio-bala’ entre Fukushima e Shiroshizaou, sem registo de feridos.
O epicentro do sismo foi registado perto da região de Fukushima, a 60 quilómetros de profundidade no mar, revelou a Agência Meteorológica do Japão, alertando para a possibilidade de se registarem ondas de até um metro de altura na costa de Fukushima e Miyagi. O sismo terá durado mais de dois minutos, havendo até quem o tenha sentido em Tóquio, a praticamente 300 quilómetros de distância.
“O Governo vai-se unir para salvar a vida das pessoas e fazer todos os esforços para fornecer segurança e fornecer informações precisas”, garantia Fumio Kishida, primeiro-ministro japonês.
Esta é a mesma região, recorde-se, que, em 2011, foi atingida por um sismo de magnitude 8.9 na escala de Richter, seguido de tsunami, causando um desastre nuclear na Central de Fukushima Daiichi. Este desastre resultou num total de mais de 19 mil mortes.
A cadeia televisiva NHK reportou, na quarta-feira, ondas de tsunami com apenas 30 centímetros de altura no porto de Ishinomaki, uma hora depois de ter sido registado o sismo. Essa mesma fonte de informação deu conta também de vários danos causados em edifícios vizinhos à estação central de comboios de Fukushima, onde era possível verificar os estilhaços das janelas que se partiram com o efeito do sismo, bem como os danos estruturais causados em diferentes edifícios.
Miyagi, Iwate e Tohoku foram outros três locais onde o sismo foi também sentido, tendo a primeira localidade registado uma réplica com magnitude 5.6 na escala de Richter. Milhares de residentes foram evacuados das cidades costeiras nessas regiões.
Suspeitas À hora de fecho desta edição, contava-se uma vítima mortal e 69 feridos. As centrais nucleares dessas regiões estavam já a ser alvo de uma análise que procurava eventuais danos estruturais que pudessem pôr em causa a sua integridade. Foi ativado o alarme de incêndio no prédio do reator cinco da central Fukushima Daiichi (Fukushima I), que está inativo desde antes da crise nuclear de 2011. Foi também registada uma anomalia no sistema de refrigeração da central de Daini (Fukushima II).
A magnitude deste sismo igualou a do desastre de Kobe, em 1995, que resultou na morte de mais de 6 mil pessoas. Desta vez, no entanto, avançavam vários meios de comunicação internacional, a contagem das vítimas era quase nula, graças ao facto de o epicentro deste sismo ter estado a cerca de 60 quilómetros de profundidade no mar.