Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, comparou esta segunda-feira a morte de civis ucranianos com o assassínio em massa de judeus pelos nazis na Ucrânia.
Durante uma visita ao Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington, Blinken disse que nunca as "verdades inquietantes" e "lições" de visitas àquele lugar lhe pareceram "tão urgentes" como agora, e deixa claro: "O Governo russo continua a travar a sua guerra brutal e não provocada contra a Ucrânia. Cada dia temos mais ataques angustiantes, mais homens, mulheres e crianças inocentes mortos", disse.
"Isso inclui as cinco pessoas que foram mortas num ataque em 01 de março, a uma torre de TV nos arredores de Kiev, o mesmo local onde, há pouco mais de 80 anos, 33.771 judeus foram mortos pelos nazis em apenas dois dias: Babyn Yar", acrescentou.
Note-se que Babyn Yar é uma ravina existente em Kiev, capital ucraniana, que ficou conhecida na história como o local de um dos maiores massacres de judeus e civis da União Soviética pelos nazis, durante a Segunda Guerra Mundial.
O secretário de Estado dos EUA recordou que na Ucrânia residem quase 10.000 sobreviventes do Holocausto, e deu como exemplo um caso de Natalia Berezhnaya, uma mulher de 88 anos, de Odessa, que disse recentemente, numa entrevista, estar a reviver hoje o que experienciou em 1941: "É difícil entender o facto de que em 1941 eu tive que me esconder no porão deste prédio, e que vou ter que fazer isso de novo agora".