O sétimo tempo na qualificação mostrou que Miguel Oliveira podia andar entre os primeiros. Mas o início de corrida foi surpreendente. O piloto fez um excelente arranque e ascendeu ao segundo lugar, mantendo um ritmo endiabrado ultrapassou o campeão do mundo, Fabio Quartararo, e assumiu o comando, tudo isto na primeira volta! Jack Miller ainda passou pelo comando, mas não aqueceu o lugar já que Miguel Oliveira estava muito forte e com uma condução apurada e sem erros recuperou a liderança. Depois, o Falcão (nome de guerra no MotoGP) voou de forma magistral e mais ninguém o viu. Que corrida!
Foi uma vitória tremenda numa pista extremamente difícil e traiçoeira devido à chuva intensa que levou a organização a encurtar a prova em sete voltas. “Não foi nada fácil, não tinha a noção que havia tanta água na pista, foi uma questão de instinto” foram as primeiras palavras do piloto. “A corrida foi uma montanha russa em termos emocionais. O arranque foi perfeito, mas com o piso molhado é difícil saber onde ficam os limites, por isso segui o Jack durante algumas voltas e percebi que podia andar mais depressa. Depois de o ultrapassar, tentei concentrar-me nas voltas seguintes e manter um ritmo elevado, dei o máximo que podia. Consegui aumentar a vantagem e, na parte final, geri o andamento” reconheceu o piloto que terminou com 2,2 segundos de vantagem.
TROFÉU PARA A FILHA A vitória na segunda corrida da época é um incentivo para o que falta disputar “os dois últimos meses não foram fáceis para mim e regressar desta forma, com esta vitória incrível, é muito motivador e emotivo. Prometi à minha filha que levava um troféu da Indonésia, por isso este troféu é para ela. Quero também dedicar este pódio a um funcionário do hotel onde fiquei hospedado, ele apoiou-me ao longo de todo o fim de semana, foi muito simpático para comigo” disse emocionado. Ainda antes de ouvir o hino nacional, o piloto português recebeu o troféu das mãos do Presidente da República da Indonésia, só faltou o champanhe que é proibido por ser um país predominantemente muçulmano.
Com o quarto triunfo na categoria principal do Motociclismo, Miguel Oliveira subiu ao quarto lugar no mundial de pilotos a cinco pontos do primeiro. Em relação ao campeonato, o piloto da KTM está determinado “queremos manter a competitividade e estar na frente de forma consistente, mas para isso temos que trabalhar muito porque a concorrência é forte como se viu na qualificação.”
Fabio Quartararo (Yamaha) terminou em segundo e fez a volta mais rápida em corrida “foi o primeiro pódio à chuva e estou contente”, e Johan Zarco (Ducati) completou o pódio “estou feliz com o resultado. Tinha ritmo para andar na frente, fiz boas voltas mas já era tarde para atacar.”