A PSP vai aumentar em abril o policiamento nos hospitais e centros de saúde com vista à prevenção de episódios de violência contra profissionais de saúde. O anúncio foi feito ontem por Inês Lemos, do departamento de operações da PSP à margem de uma formação policial nesta área, quase um mês depois das agressões violentas no Hospital de Famalicão, que como o i avançou motivaram a abertura de um inquérito por parte do DIAP da Procuradoria da República da Comarca de Braga.
Inês Lemos revelou que, no âmbito do programa Saúde em Segurança, a PSP criou pontos oficiais de contacto em todo o país para prevenir e monitorizar a ocorrência de episódios de violência, sendo que a formação desta semana se destina aos agentes que integram estes elos de ligação. Ao todo, passaram pela formação 150 polícias, numa iniciativa que contou ainda com a participação do coordenador do gabinete de segurança na saúde, médicos e representantes das cinco administrações regionais de saúde, explicou a responsável à agência Lusa. “Estamos a falar de polícias do norte ao sul do país e serão eles o elo de ligação não só para o SNS, como também para a PSP para levar a cabo todo esta ação e policiamento”, disse.
Apresentando o balanço fechado de 2021 (até aqui só havia dados até setembro), Inês Lemos revelou que no ano passado o gabinete de segurança na saúde, criado em março de 2020, recebeu o reporte de 961 casos de violência em hospitais e em centros de saúde, um aumento de 16% face a 2020. Antes da covid-19, 2019 tinha sido o ano com mais casos (995), o que faz de 2021 o segundo ano com mais situações reportadas, a maioria violência psicológica. Poucos chegam à justiça. Em fevereiro, a demora da intervenção da PSP foi criticada, depois de os desacatos terem durado cerca de 45 minutos no hospital onde só estava um segurança, imobilizado pelos agressores que irromperam pela urgência e atacaram enfermeiros. M.F.R.