Há exatamente 60 anos, milhares de estudantes portugueses desafiaram o regime de Oliveira Salazar. Estes jovens ambicionavam o fim do salazarismo e ansiavam pela liberdade. A crise, que se prolongou por meses, teve início como resposta à proibição das comemorações do Dia do Estudante.
Para esta quinta-feira estão agendadas manifestações para Lisboa. O primeiro protesto está marcado para as 14h30, na Praça do Rossio, e nasceu a partir de um manifesto da associação de estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, subscrito pela Federação Académica de Lisboa, pela Associação Académica da Universidade de Lisboa e por associações de estudantes de outras 12 instituições em Lisboa, Porto e Caldas da Rainha.
“O Dia Nacional do Estudante deve ser assinalado onde começou: na rua”, lê-se no documento em que os estudantes enumeram as dificuldades com que se confrontam atualmente, como o aumento das propinas de mestrado ou a falta de alojamento para os estudantes deslocados.
Posteriormente, do Rossio, os alunos seguirão para a Assembleia da República, aonde chegarão mais tarde outros estudantes, numa manifestação que sai do Terreiro do Paço pelas 15h00. Por outro lado, o segundo protesto foi convocado pelo movimento Académicas, constituída pelas associações académicas da Universidade dos Açores, Algarve, Aveiro, Beira Interior, Coimbra Évora, Madeira, Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro.
Ao final do dia, em frente ao parlamento, ocorrerá uma vigília promovida pela Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico, pelas 22h00, de homenagem às vítimas da guerra na Ucrânia. Os estudantes do Instituto Superior Técnico estarão em luto académico pelo aumento das propinas.
Sabe-se também que muitos estudantes do ensino secundário juntar-se-ão aos protestos.