Diretamente de Bruxelas para Rzeszow. O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aterrou, esta sexta-feira, na Polónia para a visita de dois dias ao país, que, até ao momento, acolhe o maior número de refugiados que fogem da Ucrânia.
Biden chegou ao início da tarde a Rzeszow e a escolha desta cidade não foi por acaso. A primeira paragem do Presidente foi na base militar das tropas da 82.ª divisão militar aérea dos EUA, onde partilhou uma pizza com os militares e ainda fez um discurso, dizendo que estes são "não tinham de estar aqui" e realçou ainda a capacidade de superação do povo ucraniano perante a guerra que enfrentam.
Para o líder norte-americano, o povo ucraniano, que diz conhecer bem, "tem uma grande espinha dorsal e muito estômago para enfrentar isto tudo e não apenas em termos militares, que nós treinamos (…), mas também enquanto cidadãos normais". Biden ainda pediu aos militares para repararem na forma como os ucranianos se manifestam, ao expressar-se da seguinte forma: "Eles são incríveis!".
Biden quis também homenagear os militares norte-americanos, ao dizer que os EUA são "um país único de muitas formas", sendo "o único país do mundo que não é baseado numa raça ou numa geografia, mas sim numa ideia". A ideia de "que todos os homens e mulheres são iguais" e isso faz com que o resto do mundo olhe para o país, destacou o Presidente, que ficou emocionado, ao recordar-se do seu avô e o filho Beau Biden.
“Assim como vocês, ele também não precisava de ir. A questão é que existem centenas de milhares de pessoas como o meu filho, como todos vocês. Então obrigada, obrigada, obrigada", manifestou.
Ainda na sua intervenção, Biden falou novamente sobre a conversa que teve com o líder chinês, na semana passada, sublinhando que Xi Jinping acredita que "as democracias não podem florescer no século XXI, porque as coisas avançam tão rápido que as democracias requerem consensos, e não os conseguem tão rápido como as autocracias".
Com esta opinião de Xi Jinping, o líder do EUA frisou que "o mundo não vai ser o mesmo dentro de 10 ou 15 anos" e por isso deixou uma questão para os militares: "O que vai prevalecer? Democracias ou autocracias?", perguntou Biden, ao indicar que o que os militares estavam a fazer naquela cidade polaca tinha "consequências" na defesa da democracia.
Joe Biden vai ficar dois dias na Polónia, numa visita que surge na sequência de uma intensa jornada de atividade diplomática em Bruxelas, na qual o Presidente dos EUA considerou, no fim das cimeiras da NATO e do G7, que a aliança militar "nunca esteve tão unida". Deverá deslocar-se a Varsóvia para conversações com os dirigentes polacos e uma visita a um centro de acolhimento de refugiados ucranianos.