O militante centrista Bruno Filipe Costa anunciou na quinta-feira que é candidato à presidência do CDS-PP, durante a apresentação da moção de estratégia global Visão 22-30. «Todas as moções estratégicas são uma candidatura, umas em nome próprio, outras em nome de outrem, a nossa em nome de uma visão. Sendo eu o rosto desta visão, serei candidato à liderança do CDS», declarou.
Na moção da qual é primeiro subscritor e que vai apresentar ao congresso, aponta a necessidade de um «reposicionamento ideológico» que afirme o CDS enquanto «um partido conservador moderno, do século XXI, na linha do Partido Conservador Britânico». «Sem pensamentos retrógrados, confessionais ou imobilistas, olhamos para o passado para conservar o que há de bom, mas somos conservadores que vivem no presente de olhos postos no futuro», assim resume.
Para ajudar a equilibrar as finanças do partido, propõe a introdução de uma segunda quota obrigatória para os militantes titulares de cargos públicos.
Ao nível da vida interna, reconhece a falta de democracia: «O CDS está fora da casa da democracia. E se o está, também se deve ao facto de por vezes não ter democracia dentro da sua própria casa».
Nesse sentido, defende uma reforma que «contribua para uma verdadeira democracia no partido», com eleições diretas para o líder com uma evolução gradual e progressiva para eleições primárias, com o objetivo de ligar o partido à sociedade civil e ao eleitorado da direita moderada. Além disso, propõe ainda diretas na escolha de deputados, a realizar em cada distrito.
Quanto às eleições europeias, que serão disputadas primeiro do que as próximas legislativas, espera que «sejam a primeira oportunidade de provar a vitalidade e voltar a poder ter a confiança dos portugueses».
Reforçando a importância de o partido «debater ideias», apelou ainda à realização de um debate entre os candidatos antes da reunião magna, temendo que o Congresso fique marcado por trocas de acusações, «mais do que propriamente discussão política».
Bruno Filipe Costa é consultor e militante do CDS-PP desde 1995 e já integrou uma comissão política concelhia.
O XXIX Congresso do CDS-PP vai decorrer nos dias 2 e 3 de abril, em Guimarães. Na reunião magna vai ser eleito o sucessor de Francisco Rodrigues dos Santos, que se demitiu da liderança do partido na sequência do desastroso resultado nas legislativas de 30 de janeiro, o pior da história do partido e que afastou os centristas da Assembleia da República.
Além de Bruno Filipe Costa, são candidatos à presidência do CDS o eurodeputado Nuno Melo e os vogais da Comissão Política Nacional Miguel Mattos Chaves e Nuno Correia da Silva.