No mês de fevereiro, as exportações de bens cresceram 20,3%, metade do valor de crescimento das importações: 42,3%. Os dados foram divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que diz que são de salientar os aumentos observados nas exportações e importações de fornecimentos industriais (+30,8% e +44,2%) e nas importações de combustíveis e lubrificantes (+133,5%; +97,8% face a 2020).
Excluindo combustíveis e lubrificantes, as exportações e as importações aumentaram 17,5% e 31,6%, respetivamente (+19,8% e +30,4%, pela mesma ordem, em janeiro de 2022). Face a fevereiro de 2020, verificaram-se acréscimos de 19,7% e 17,5%, pela mesma ordem.
Já o défice da balança comercial de bens aumentou 1412 milhões de euros face ao mesmo mês de 2021 (+569 milhões de euros em relação a fevereiro de 2020), atingindo 2154 milhões de euros. Excluindo Combustíveis e lubrificantes, o défice situou-se em 1276 milhões de euros, aumentando 807 milhões de euros relativamente a 2021 (+102 milhões de euros face a fevereiro de 2020), detalha ainda o gabinete de estatística.
Feitas as contas ao trimestre terminado em fevereiro, as exportações de bens aumentaram 22,3% e as importações cresceram 38,9% em relação ao mesmo período de 2021. Comparando com o trimestre terminado em fevereiro de 2020, as exportações e as importações aumentaram 16,1% e 22,8%, respetivamente.
O INE deixa ainda algumas notas: “Considerando a situação atual de conflito entre a Rússia e a Ucrânia e as consequentes solicitações de dados que o INE tem procurado responder, é sumariada neste destaque a informação disponível sobre as transações de Portugal com estes países”.
Assim, em média, entre 2017 e 2021, as transações com a Ucrânia representaram 0,1% das exportações e 0,3% das importações nacionais e, com a Rússia, 0,3% e 1,5%, respetivamente. “A Ucrânia foi o principal fornecedor de milho a Portugal (34,7% das importações nacionais deste produto em 2021)”.
Já na UE, apenas os Países Baixos apresentaram uma maior proporção (39,7%). Os principais produtos importados da Rússia, em 2021, foram os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos, exceto óleos brutos (16,3%) e o gás natural liquefeito (16,6%), “proporções ainda assim inferiores à média da UE (17,5% e 33,5%, respetivamente). Apenas na importação de óleos e outros produtos provenientes da destilação dos alcatrões de hulha a alta temperatura a proporção foi a mais elevada de todos os países da UE atingindo 91,2%, face a 35,1% de valor médio da UE”.