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Cerca de dois anos após o último encontro, os líderes chineses e europeus deram agora a conhecer as suas posições e trocaram impressões de forma franca. Os dois lados não só melhoraram a sua compreensão mútua, como também chegaram a muitos consensos. Deram assim um sinal ao mundo, de que numa altura de pandemia e de conflitos regionais, é necessário trabalhar em conjunto para conseguir a paz e o desenvolvimento.
Em relação à crise da Ucrânia, a China e a Europa partilham uma aspiração de paz.
O Presidente Xi Jinping voltou a apresentar quatro pontos para a resolução desta crise, sublinhando a necessidade de persistir no apelo à paz e na promoção de conversações, para evitar o surgimento de uma crise humanitária mais vasta, para construir uma paz duradoura na Europa e nos continentes asiático e europeu, e para impedir a expansão de conflitos locais.
Sendo os dois maiores mercados do mundo, a cooperação aberta entre a China e a Europa também trará mais estabilidade à recuperação económica mundial. Após a China se ter tornado o maior parceiro comercial da UE pela primeira vez em 2020, o valor total das importações e exportações da China com a UE atingiu um máximo recorde de 828,1 mil milhões de dólares em 2021, um aumento de 27,5% em relação ao ano anterior. O Inquérito de Confiança Empresarial de 2021 divulgado pela Câmara de Comércio da União Europeia na China mostra que 68% das empresas da UE na China estão optimistas quanto ao crescimento das empresas, mais 20% do que no ano anterior. Como os líderes europeus salientaram, "as relações Europa-China há muito que são mutuamente benéficas e vantajosas para todos".
Nesta videoconferência, a China afirmou que aprofundará inabalavelmente as reformas, expandirá a abertura e acolherá as empresas europeias para investir e criar empresas na China, ao mesmo tempo que espera que o lado europeu proporcione um ambiente justo, transparente e não discriminatório para que as empresas chinesas invistam e se desenvolvam na Europa. Isto será conducente à expansão da cooperação sino-europeia nos domínios do comércio, investimento, energia e desenvolvimento verde, trazendo mais benefícios às empresas e consumidores de ambos os lados e dando um impulso mais forte à recuperação económica global.
Os líderes europeus responderam positivamente à iniciativa do Presidente Xi e manifestaram a sua vontade de continuar a aprofundar a cooperação com a China em vários domínios e envidar esforços para promover a paz mundial, o crescimento económico e a prosperidade comum. Sobre a questão da Ucrânia, as duas partes chegaram a um consenso: insistir no diálogo pacífico e em soluções diplomáticas. Ao mesmo tempo, os dois lados também disseram que deveriam trabalhar em conjunto para evitar uma nova guerra fria e impedir a divisão mundial e o confronto em bloco.
Para implementar o consenso acima referido, a insistência da Europa na autonomia estratégica é essencial. Note-se que nesta reunião vídeo, o Presidente Xi mencionou várias vezes a palavra "autonomia", "esperando que o lado europeu forme uma percepção autónoma da China e prossiga uma política autónoma em relação à China".
A autonomia estratégica sempre foi procurada pela Europa, mas a actual sequência de sanções lançadas pelos Estados Unidos por causa da crise da Ucrânia faz sofrer a Europa, além de impedir o processo de autonomia estratégica europeia. Segundo os dirigentes chineses, “a Europa deveria agir no seu próprio interesse, distinguir o certo do errado, não ser mantida refém pelos EUA, e trabalhar com a China para proporcionar mais estabilidade à turbulenta situação internacional”.
Segundo o que foi agora acordado, a China e a Europa realizarão diálogos de alto nível logo que possível, ao mesmo tempo que trocam opiniões sobre questões alimentares e energéticas, bem como sobre a coordenação das políticas macroeconómicas. É previsível que o reforço da cooperação entre a China e a Europa, duas grandes forças, dois grandes mercados e duas grandes civilizações, irá injectar mais energia positiva na paz e desenvolvimento mundiais.