Quase quatro dezenas de mortos no naufrágio do Moskva

No navio, que, segundo fontes militares ucranianas, naufragou na semana passada depois de ter sido atingido por dois mísseis “Neptune”, estavam cerca de 500 pessoas, tendo, uma centena destas ficado feridas. O número de desaparecidos não é conhecido. 

Pelo menos 37 pessoas morreram no naufrágio do cruzador russo Moskva, no Mar Negro, na semana passada, avança o portal independente da Rússia Meduza, que cita fontes não identificadas, entre as quais, "uma pessoa no comando" da Marinha.

No navio, que, segundo fontes militares ucranianas, naufragou na semana passada depois de ter sido atingido por dois mísseis "Neptune", estavam cerca de 500 pessoas, tendo, uma centena destas ficado feridas. O número de desaparecidos não é conhecido. 

Horas antes do naufrágio, Kiev relatou várias explosões no navio, causadas pelos mísseis ucranianos.

De acordo com o Ministério da Defesa russo, o navio terá sofrido "um intenso incêndio e subsequente detonação de munição" e, embora "tenha sofrido sérios danos", a tripulação foi retirada. Sabe-se ainda que houve uma tentativa de rebocar o Moskva, símbolo da Marinha russa, tendo Moscovo confirmado mais tarde o naufrágio, mas atribuindo a culpa a uma tempestade.

Já o jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Zeitung" (FAZ), escreve esta terça-feira que a bordo do navio se encontravam recrutas, contrariando assim as versões oficiais do Kremlin, e que a tripulação não foi resgatada na totalidade.

Na rede social russa VKontakte, Dimitri Schkrebes referiu-se à versão oficial do Kremlin como "uma mentira vulgar e cínica".

Segundo o jornal alemão, Jegor, filho mais velho de Schkrebes, foi recrutado no final do ano passado para cumprir o serviço militar a bordo do Moskva, onde trabalhava como cozinheiro, garantido o pai que o jovem se encontra numa lista de desaparecidos da tripulação do Moskva.

Recorde-se que no início de março, depois de vários relatos acerca de recrutas russos que teriam sido capturados pelas forças ucranianas, Vladimir Putin, disse não havia reservistas nem recrutas a participar na "operação militar especial". Além disso, já em 2017, tinha havido uma declaração onde foi dito que os recrutas não eram destacados para navios de guerra.

Também na rede social VK, foram encontradas mensagens de uma mulher de São Petersburgo, onde se lia sobre o recurta Mark Tarasov, que estaria a servir no mesmo navio e se encntra desaparecido.

O FAZ escreve ainda que os meios de comunicação ucranianos noticiaram a morte do tenente Ivan Wachrusew a bordo do Moskva, tendo esta sido confirmada pela sua mulher, que adiantou que havia pelo menos 27 tripulantes desaparecidos.

O diário russo de oposição "Novaia Gazeta", que já foi suspenso na Rússia e tem agora uma edição online, publicou no fim de semana a história de uma mulher cujo filho também estaria a cumprir o serviço militar a bordo do Moskva.

Esta não quis ser identificada, por medo de represálias, mas disse que o filho sobreviveu ao naufrágio e que lhe contou que 40 pessoas morreram, muitas ficaram feridas e outras estão desaparecidas.