Uma série de quadros com fotografias de André Ventura pendurados nas paredes dos gabinetes parlamentares do Chega levantou uma onda de críticas entre militantes e ex-dirigentes do Chega, que se dizem desconfortáveis com a situação e alegam que o partido está a promover o “culto do eu”, acusando Ventura de ser “o Kim Jong-un de Portugal” e um “putinista”.
Em declarações ao i, André Ventura não dá grande relevo aos comentários dos seus críticos: “É mais um ataque gratuito contra mim e contra o partido e sobretudo a vir de dentro”, resume.
“Os deputados têm a total liberdade de decorar o seu gabinete como entenderem e toda a gente no partido sabe que não é nenhuma imposição”, argumenta, dando como exemplo que na sede do Chega, bem como nas sedes distritais, há fotografias suas e dos outros presidentes das distritais.
Já na sala do grupo parlamentar, refere, “não há fotos de ninguém, nem minhas nem de nenhum deputado”.
De acordo com o Observador, José Dias, ex-vice-presidente do Chega, considera que as imagens comprovam que se trata de um “partido personalista em que as coisas estão concentradas no líder”.
Também José Lourenço, ex-líder da distrital do Porto, que recentemente anunciou querer voltar ao partido para “derrotar” André Ventura, compara o líder do Chega ao líder da Coreia da Norte. “Todos os ditadores usam o culto da imagem”, ataca.
Sobre este comentário, Ventura reage com maior indignação, uma vez que o antigo presidente da distrital do Porto “nem sequer é militante do partido”. José Lourenço abandonou o partido após ter sido suspenso pela Comissão de Ética, sendo um dos vários casos de desfiliações, no último ano, numa lista extensa que conta ainda perdas de representantes que passaram a independentes, além de vários vereadores que bateram com a porta ao partido.