Após exigir rublos, Putin recebe pagamento de gás de quatro compradores em moeda russa

É desconhecida a origem das empresas que efetuaram os pagamentos em rublos. No entanto, Polónia e Bulgária veem hoje o gás russo suspendido por não o pagarem com a moeda russa. 

Quatro compradores pagaram pela primeira vez o fornecimento de gás russo em rublos, depois de o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, instaurar a obrigação de receber na moeda russa o pagamento do combustível. No total, 10 compradores abriram contas na Gazprombank para proceder à compra, sendo esta uma das exigências de Moscovo.

Esta informação chegou à Bloomberg através de uma fonte anónima da Gazprom, após a empresa ter anunciado que irá suspender o fornecimento de gás à búlgara Bulgagraz e à polaca PGNiG por não terem efetuado os pagamentos em rublos até terça-feira.

No entanto, quanto aos compradores, a fonte não revelou as empresas.

A empresa de gás polaca PGNiG já confirmou que a Gazprom suspendeu o fornecimento de gás natural.  

"A situação não afeta o fornecimento atual aos clientes do PGNiG que estão a receber combustível conforme solicitado", sustentou a empresa em comunicado.

Note-se que esta suspensão – que começa hoje na Bulgária e Polónia – foi anunciada no mesmo dia em que o primeiro-ministro búlgaro tem marcado um encontro com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na capital de Kiev.

No final de março, Putin disse que todos os clientes estrangeiros da Gazprom – controlada pelo governo russo – que sejam “hostis à Federação Russa” devem pagar o gás importado em rublos, porém a maioria dos países da União Europeia que se servem deste gás, como Polónia e Alemanha, rejeitaram essa exigência.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, indicou que Bruxelas já tem planos de contingência para controlar os cortes de gás da Rússia, ao notar que a decisão de Putin” constitui um instrumento de chantagem”.

Como resposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que o corte do fornecimento a Polónia e Bulgária “não é um instrumento de chantagem”.

Os dois países atingidos já garantiram que tem condições para continuar a fornecer gás aos consumidores, ao assumir que têm outros fornecedores para além da Rússia e ainda contam com a ajuda da União Europeia.

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