Marija Pejcinovic Buric, secretária-geral do Conselho da Europa, afirmou esta quarta-feira que a Rússia reavivou o tempo de horror que a II Guerra Mundial, em sequência da guerra da Ucrânia.
A situação na Ucrânia "não é um fracasso do multilateralismo em si mesmo, mas o resultado da reviravolta violenta de um país", considerou a secretária-geral do Conselho da Europa, na introdução do relatório anual da organização, criada há 73 anos com o propósito de prevenir conflitos no continente, o que "para a Ucrânia, essa promessa não foi cumprida", adiantou.
"Acreditámos que imagens (bélicas) como estas pertenciam ao passado da Europa. Estávamos enganados. A história regressou ao nosso continente da forma mais cruel", disse ainda Buric.
Assim, para que a 'missão' da organização seja bem sucedida, os Estados-membros têm de "fazer a coisa certa", o que significa "investir nos direitos humanos, na democracia e no Estado de direito", defendeu ainda Marija Pejcinovic Buric, que enalteceu a "extraordinária coragem e determinação" do povo ucraniano em defesa do seu país.
O relatório anual analisa os diferentes órgãos do Conselho da Europa, avaliando a situação das instituições políticas, a independência judicial, a liberdade de expressão, a dignidade humana e a luta contra a discriminação, sendo publicado um dia antes do Conselho da Europa celebrar o Dia da Europa, que recorda o Tratado de Londres em 5 de maio de 1949, dia que é celebrado pela Europa a 9 de maio, com Declaração de Schuman de 1950.