Rússia ameaça abater veículos da NATO com armas para a Ucrânia

“Qualquer transporte da Aliança Atlântica que chegue ao país com armas ou meios para as forças armadas ucranianas será visto por nós como um alvo legítimo para ser destruído”, avisa o Kremlin.

O ministro da Defesa russo avisou, esta quarta-feira, que os veículos carregados com armas da NATO com destino à Ucrânia são alvos a abater pelas forças armadas do Kremlin.

"Qualquer transporte da Aliança Atlântica que chegue ao país com armas ou meios para as forças armadas ucranianas será visto por nós como um alvo legítimo para ser destruído", afirmou Shoigu numa reunião com chefias militares.

Shoigu sublinhou que "os Estados Unidos e os seus aliados da NATO continuam a ‘despejar’ armas na Ucrânia", segundo informação da agência russa Interfax, citada pela espanhola EFE.

As forças russas "estão a tomar medidas para garantir a segurança da população" e a prestar ajuda humanitária a civis, disse o ministro do Kremlin, assegurando que a "vida normal" está a ser "restaurada nos territórios libertados das repúblicas populares de Lugansk e Donetsk e da Ucrânia", referindo-se às regiões separatistas que iniciaram uma guerra contra Kiev, em 2014, com apoio de Moscovo.

Segundo Shoigu, Mariupol está sob controlo russo, estando a área da fábrica Azovstal, onde estão ainda combatentes e civis ucranianos, cercada.

"De acordo com a ordem do comandante supremo [Vladimir Putin], os restantes combatentes na zona industrial Azovstal estão bloqueados em todo o perímetro deste território", garantiu.

Também esta quarta-feira, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, general Igor Konashenkov, anunciou que as forças russas atacaram estações ferroviárias para impedir a chegada de armas fornecidas pelo Ocidente à Ucrânia, avançou a AP.

O Ministério da Defesa russo disse ainda que um submarino da Frota do Mar Negro lançou, esta quarta-feira, dois mísseis cruzeiro "Kalibr", com um alcance de até 300 quilómetros, contra alvos na Ucrânia.

Sublinhe-se que, na terça-feira, Vladimir Putin, tinha exigido, durante uma conversa telefónica, a Emmanuel Macron, que o Ocidente deixasse de fornecer armas à Ucrânia.