O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, revelou, esta sexta-feira, que quinze menores ucranianos que chegaram a Portugal desde o início da guerra sozinhos estão agora envolvidos num processo para encontrar famílias de acolhimento.
"Quinze menores estão identificados como menores que foram colocados nos circuitos de transportes sem virem acompanhados por familiares. Estão a ser acompanhadas pela CPCJ [Comissões de Proteção de Crianças e Jovens], Ministério da Justiça e em articulação com a segurança social e também com a Misericórdia de Lisboa tendo em vista encontrar famílias de acolhimento que garantam a proteção dos direitos fundamentais", apontou José Luis Carneiro.
A informação foi revelada hoje na audição parlamentar no âmbito da apreciação da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) entregue na Assembleia da República.
O ministro também deu conta aos deputados que 12.500 menores ucranianos que chegaram a Portugal, dos quais 500 foram identificados como "não acompanhados pelo pai ou mãe, mas acompanhados por outros familiares".
Neste caso, o governante explicou que o Ministério Público está "a validar e avaliar a tutela desses menores, certificando-se da relação familiar para efeitos da promoção da tutela" destas crianças.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) não registou até à data em Portugal casos de menores ucranianos que tenham sido objeto de tráfico de seres humanos, adiantou ainda José Luís Carneiro.
De acordo com os últimos dados do SEF, foi atribuída proteção temporária a 34.562 cidadãos ucranianos.