28 de maio será, augura-se, um dia que ficará nos anais da história do futebol europeu. Em Paris, no Stade de France, Real Madrid e Liverpool estarão frente a frente para decidir quem será o campeão da Liga dos Campeões. E o caminho para chegar ao estádio parisiense não podia ter sido mais… turbulento, mais emocionante e angustiante. Os jogos que marcaram as meias-finais da liga milionária foram uma cristalina ilustração do porquê de esta ser a maior competição de futebol de clubes do mundo. A emoção durou do primeiro ao último minuto, em Madrid, Liverpool, Manchester e Villareal.
E mesmo antes de se saber se o Manchester City seria ou não finalista – uma realidade que acabou por não se cumprir, após a derrota frente ao Real Madrid, no dia da meia-final entre citizens e merengues, já não sobrava um único lugar no comboio Eurostar, entre Manchester e Paris, no dia 27, um dia antes da final da liga milionária.
Mas vamos por partes: a emoção começou logo na terça-feira, quando o Liverpool bateu surpreendentemente o Villareal na segunda mão das meias-finais, depois de estar a perder por 2-0 ao intervalo no Estadio de la Cerámica. Os reds pareciam adormecidos, e o emblema de Unai Emery aproveitou para restaurar a igualdade no marcador global da eliminatória. Ao intervalo, no entanto, o ‘furacão’ Luis Díaz entrou em campo e deu nova vida ao Liverpool, que acabou por conseguir a remontada e vencer por 3-2, garantindo um lugar na final.
Do outro lado, na outra meia-final da competição, o Real Madrid, eterno protagonista da liga milionária, parecia estar fora da final da edição 2021-22, já que o Manchester City de Rúben Dias, João Cancelo e Bernardo Silva vencia por 1-0 quando o relógio da partida se aproximava do fim do tempo regulamentar. O brasileiro Rodrygo tinha, no entanto, outros planos, bisando nos últimos instantes dos 90 minutos e enviando o jogo para o prolongamento. E, neste, aos 95 minutos, Karim Benzema – que tinha já brilhado em anteriores jogos do Real Madrid na Liga dos Campeões, frente ao Chelsea e ao PSG – converteu a grande penalidade que garantiu o lugar na final para os merengues, com um golo que quase fez o Santiago Bernabéu ir abaixo de emoção.
Final de emoções
Avizinha-se, então, uma repetição da final da edição de 2018 da liga milionária, em que o Real Madrid saiu vitorioso. Significa isto que o Liverpool de Jürgen Klopp, o alemão que guiou a equipa para fora do deserto europeu em que vivia desde 2005, tem agora a oportunidade de se ‘vingar’ dos de Carlo Ancelotti por ‘roubar’ o título há quatro anos – este foi, aliás, o desejo expressado por Mo Salah numa honesta entrevista à comunicação social, ainda antes da segunda meia-final.