As autoridades do Sri Lanka foram obrigadas a declarar recolher obrigatório na capital do país, Colombo, devido aos violentos confrontos entre apoiantes do Governo e manifestantes que pediam a renúncia do Presidente, Gotabaya Rajapaksa, que já provocaram cinco mortos e mais de 189 feridos.
Estas manifestações fazem parte da “Semana de Protestos”, em que manifestantes exigem uma mudança de Governo devido à pior crise económica da história do país, que se tem arrastado pelos últimos meses, com escassez de combustível e de alimentos e cortes de energia diários, estando o país à beira da falência, com uma dívida externa de cerca de 25 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros).
Analistas afirmam que o Sri Lanka é a “primeira peça de dominó a cair” na crise provocada pela invasão da Rússia à Ucrânia, não resistindo ao aumento do custo de vida e dos preços de bens essenciais como combustíveis e alimentos.
Segundo relatos das autoridades, duas pessoas foram mortas na cidade de Weeraketiya, no sul do país, onde um membro do partido no poder abriu fogo contra os manifestantes.
Após o ataque, centenas de soldados armados foram mobilizados para Colombo, enquanto os manifestantes faziam acusações na televisão de que a polícia não interferiu para impedir o ataque.
Os manifestantes, que exigem, há várias semanas, a demissão do executivo e do Presidente, viram as suas exigências serem cumprida em parte depois do primeiro-ministro do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, ter anunciado a sua demissão, na segunda-feira.
“Apresentou a sua carta de demissão” ao Presidente, avançou um assessor do primeiro-ministro, embora ainda não tenha havido confirmação do gabinete presidencial.
A renúncia de Rajapaksa significa que todo o Governo é dissolvido, abrindo caminho para um novo executivo.
O Presidente, de 72 anos, não é visto em público desde que dezenas de milhares de pessoas tentaram invadir a sua residência particular em Colombo, a 31 de março.