‘Sala de chuto’ em Lisboa tem 1.300 utentes em apenas um ano

“Não consigo deixar de pensar que este sucesso não significa uma coisa boa, é sinal de que a dimensão do problema era muito maior do que estávamos à espera”, diz enfermeiro responsável.

Após um ano de funcionamento, a sala de consumo assistido de drogas de Lisboa tem cerca de 1.300 utentes, tendo tido um reforço da equipa de enfermagem para responder a um universo várias vezes superior ao esperado.

O espaço, localizado no Vale de Alcântara nas imediações do antigo Casal Ventoso, é o primeiro e o único que existe em Portugal para consumo de drogas com vigilância de técnicos de saúde e foi inicialmente pensado para 300 utentes ao final de um ano.

"Não consigo deixar de pensar que este sucesso não significa uma coisa boa, é sinal de que a dimensão do problema era muito maior do que estávamos à espera", disse à agência Lusa o enfermeiro Paulo Marques, coordenador da área de saúde do projeto.

O espaço é gerido pela associação Ares do Pinhal, que se dedica à recuperação de toxicodependentes, e tem ainda como parceira a Câmara Municipal de Lisboa, que já assegurou o financiamento até ao final do ano.

O objetivo da vulgarmente chamada sala de chuto é retirar o consumos de droga das ruas, do meio da comunidade; dar segurança a quem consome, com a assistência em caso de overdose, mas também realizar rastreios médicos de doenças aos utentes; além de promover o encaminhamento para tratamentos e programas de recuperação de toxicodependência.