Depois das rígidas políticas de zero-covid implementadas em Xangai, as autoridades da cidade chinesa anunciaram que pretendem regressar “à vida normal” no dia 1 de junho de forma a reacender a economia do país.
Segundo a vice-presidente da autarquia de Xangai, o levantamento destas restrições, que estiveram implementadas durante mais de seis semanas, será feito de forma faseada para evitar uma subida preocupante de casos de covid-19.
“De 1 de junho a meados e final do mês, desde que os riscos de ressurgimento de infeções estejam controlados, vamos implementar um controlo preventivo da pandemia, normalizar os negócios e restaurar totalmente a produção e a vida na cidade”, explicou Zong Ming, citada pelo Guardian.
A primeira fase desta reabertura começou na segunda-feira, com centros comerciais e supermercados a retomar a atividade e permitir aos clientes fazerem compras de forma ordenada, enquanto cabeleireiros e mercados de vegetais vão abrir com uma capacidade limitada, informou a responsável.
A reabertura surge numa altura em que o número de casos de infeções de covid-19 em Xaigai tem vindo a diminuir, com 1 369 novos casos positivos anunciados este domingo, contra mais de 25 mil no final do mês passado.
“Ressuscitar” a economia As restrições contra a covid-19 na capital financeira chinesa afetaram centenas de milhões de consumidores e trabalhadores e prejudicaram as vendas de negócios locais, a produção industrial e a taxa de empregabilidade, originando receios que “a economia possa diminuir no segundo trimestre” do presente ano, escreve o jornal inglês.
Mas os problemas económicos não se limitam a afetar apenas a China, uma vez que os problemas no fabrico de materiais provocaram uma onda de choque em cadeia de fornecimento global no comércio internacional.
Contudo, perante este cenário negativo, especialistas indicam que a atividade económica melhorou um pouco em maio e poderá continuar nesta trajetória uma vez que o Governo e o banco central devem implantar mais medidas de estímulo para acelerar a recuperação económica, mas, mesmo assim, existem demasiadas incertezas devido à “política intransigente de “zero Covid” da China com o objetivo de erradicar todos os surtos a todo o custo”.
“Embora o Governo tenha priorizado a contenção da covid-19, também está determinado a apoiar a economia através de maiores investimentos em infraestruturas e a flexibilização monetária direcionada para apoiar pequenas e médias empresas, o setor da manufatura, imobiliário e o financiamento de infraestrutura”, disse o economista chinês da Oxford Economics, Tommy Wu, citado pelo Al Jazeera.
“As consequências desta perspetiva são bastante negativas, já que a eficácia do estímulo político dependerá em grande parte da escala de futuros surtos e bloqueios de covid”, explicou o especialista.