Uma nova edição do livro "The Handmaid's Tale", de Margaret Atwood, está a ser leiloada pela Sotheby's e os lucros serão doados para a PEN America, uma organização que apoia autores e artistas de todo o mundo no combate à censura. E, por esse motivo, o livro tem uma particularidade: é à prova de fogo.
A notícia veio acompanhada por um vídeo no qual a escritora canadiana, de 82 anos – que escreve e luta pelos direitos da mulheres e pela liberdade de expressão – pega num lança-chamas para tentar queimar o livro, mas sem sucesso.
O leilão, que decorre em formato online até 7 de junho, tinha atraído até terça-feira cinco licitações, sendo a mais alta no valor de 45.000 dólares (42.000 euros)
A PEN America encontrou, entre julho de 2021 e março de 2022, um total de 1.586 casos de censura abragendo 1.145 títulos em 86 distritos espalhados por 26 estados norte-americanos, por iniciativa de conselhos escolares eleitos ou de autoridades locais.
Mais: a Associação Americana de Bibliotecas (ALA) relatou, no ano passado, 729 processos para 'censurar' a presença de livros em bibliotecas, escolas e universidades, num total de 1.1597 títulos – o maior número em mais de 20 anos. "Em 2021, as bibliotecas viram-se no meio de uma guerra cultural", afirmou a ALA, num relatório anual em que apresentou os dados recolhidos. Uma guerra, explica a mesma instituição, que pretende 'queimar' livros que falam sobre racismo, género, política e identidade sexual.
No ano passado, o livro mais proibido foi o "Gender Queer", da escritora Maia Kobabe, que conta a história da sua jornada em direção a uma identidade não binária.