Os casos de infeção pelo vírus Monkeypox encontrados em 30 países não endémicos poderão sugerir que os contágios estão a acontecer há algum tempo, afirmou, esta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS), que insiste com as autoridades nacionais para expandirem a vigilância.
"O aparecimento repentino da Monkeypox em diferentes países ao mesmo tempo sugere que a transmissão [do vírus] não foi detetada por algum tempo", adiantou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa.
Segundo o líder da organização, já foram confirmados mais de 550 casos em 30 países onde a doença não é endémica, na sequência de um surto que teve início há quase um mês na Europa, em países como Portugal, na América do Norte e no Médio Oriente.
"A OMS insta os países afetados a expandirem a sua vigilância e a rastrearem casos nas suas comunidades mais vastas", alertou Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao explicar que qualquer pessoa pode ficar infetada com o vírus em caso de contacto próximo com uma pessoa doente.
De acordo com a responsável técnica para a Monkeypox, Rosamund Lewis, o surgimento de infeções fora de África foi uma surpresa, ainda que a OMS já acompanhe a doença há mais de 15 anos naquele continente, onde se detetam milhares de casos e mortes todos os anos.
Até a data, em 2022, África já registou 70 mortes por infeção pelo vírus Monkeypox, indica a OMS.
"Não é uma doença desconhecida, mas é verdade que, no novo contexto em que se está a espalhar, é algo novo", admitiu Rosamund Lewis.
Uma das hipóteses que poderá explicar este surto está sobre o facto de que a imunidade de grupo – alcançada no início da década de 1980 – poderá ter diminuído depois de ter a varíola ter sido erradicada.
Portugal registou mais 19 casos de infeção com o vírus Monkeypox, totalizando até agora 119 situações de homens infetados que se encontram clinicamente estáveis, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).