O número de idas às urgências no Serviço Nacional de Saúde bateu em maio o registo dos últimos anos para a primavera, com 565 mil episódios contabilizados pelos hospitais. Das pessoas que recorreram às urgências, 250 636 (44%) foram triadas como não urgentes, revelam dados do Ministério da Saúde, que o i consultou. Houve 28 414 altas por abandono – utentes que acabaram por se ir embora a meio – e 38 287 doentes precisaram de ficar internados, com um aumento do peso das infeções respiratórias. Comparando com maio de 2019, o cenário pré-pandemia, pode ver-se que naquele ano deslocaram-se às urgências 551 mil pessoas, 41,6% não urgentes, tendo aumentado o peso das urgências evitáveis. Mas, por outro lado, os atendimentos urgentes com necessidade de internamento representavam na altura 8,2% e em maio representaram 12%, um aumento que poderá traduzir os relatos que tem havido de doentes com estados de saúde mais descompensados.
Ontem entrou em vigor o novo regime de taxas moderadoras, em que as taxas acabam no acesso a cuidados de proximidade e prescritos pelos médicos, mantendo-se só para moderar a procura às urgências. Apenas idas às urgências que não sejam referenciadas pelos centros de saúde ou linha SNS24 e em que os doentes não precisem de ficar internados terão cobrança. Mesmo nestes casos, há cerca de 4,3 milhões de portugueses isentos.
Nos primeiros quatro meses do ano os portugueses pagaram 21,1 milhões de euros em taxas moderadoras no SNS, um valor que tem vindo a cair nos últimos anos com a eliminação progressiva das taxas, que já não eram cobradas por exemplo em consultas com o médico de família.