A saída do Porto da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) foi oficializada e tem gerado polémica um pouco por todo o espetro político.
O PSD deu a mão a Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, e aprovou a saída da autarquia da ANMP, cuja gestão do processo de descentralizaão não agradou os nortenhos, que decidiram assim bater com a porta e incentivar autarquias como a da Trofa e da Póvoa de Varzim a pensar na mesma ideia.
“Não se encontra uma solução abandonando uma estrutura importante no quadro do nosso regime democrático”, reagiu Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, que ontem esteve em visita à creche da Voz do Operário, na Baixa da Banheira, concelho da Moita, no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Criança.
Jerónimo de Sousa argumenta que o Governo teve “mais preocupação em transferir responsabilidades do que meios para que as autarquias pudessem exercer o seu mandato”, principalmente nas áreas da Educação, Saúde e Ação Social.
A solução para ultrapassar este problema, no entanto, defende o líder comunista, não pode passar pelo abandono de uma estrutura que define como sendo “importantíssima para a coordenação das autarquias”.
“Este nó tem de ser desatado. O diálogo tem de existir e tem de ser encontrada a melhor solução, desistir é que não”, pediu Jerónimo de Sousa.
Mas o secretário-geral do PCP não foi a única voz da esquerda portuguesa a criticar a decisão de Rui Moreira.
O presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio, do Partido Socialista, criticou a saída do Porto da ANMP, considerando que não é uma medida benéfica para a autarquia, porque negócios “à parte” com o Governo não são ‘expectáveis’ nem ‘aceitáveis’.
“Não é o facto de sair da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) que vai beneficiar o Porto em rigorosamente nada”, afirmou o autarca socialista Paulo Arsénio, citado pela agência Lusa.
Na mesma onda esteve Jorge Gomes, líder da distrital do PS de Bragança, que acusou a saída do Porto da ANMP de ser “apenas uma ingratidão para com a presidente, Luísa Salgueiro”, acusando a autarquia presidida por Rui Moreira de “nem lhe ter dado tempo para que ela possa ter posições que a Associação Nacional de Municípios pretende”. Gomes acusou ainda Moreira de se querer “afastar de alguns compromissos que o Governo pretende impor aos municípios”.