O ator norte-americano Matthew McConaughey participou, de surpresa, numa conferência de imprensa na Casa Branca, para apelar a um endurecimento das leis do controlo de armas nos EUA.
O discurso de McConaughey surge num contexto de negociação no senado de nova legislação sobre o acesso a armas nos EUA, o país do mundo com maior número de civis armados e onde há mais armas do que pessoas, após três tiroteios em massa num espaço de um mês, incluindo o massacre na escola primária de Uvalde, cidade natal do ator, onde morreram 19 crianças e duas professoras.
“Queremos escolas protegidas e seguras e queremos leis das armas que não tornem tão fácil aos tipos maus obterem as malditas armas”, afirmou Matthew McConaughey, num discurso de 22 minutos, durante o qual se emocionou ao recordar histórias e pormenores pessoais de algumas das crianças mortas por Salvador Ramos, o autor do ataque, que tinha 18 anos.
O ator sublinhou também que foi naquela pequena cidade do Texas que aprendeu a responsabilidade que advém da posse de armas. “Uvalde foi onde aprendi a reverenciar o poder e a capacidade da ferramenta que chamamos de arma. Uvalde foi onde aprendi sobre a posse responsável de armas”.
Embora reconheça que uma melhor legislação sobre armas não acabará com os tiroteios, McConaughey defendeu que há medidas que podem ajudar a reduzir as probabilidades de estes acontecimentos trágicos se repetirem com tanta frequência. “Precisamos de investir em saúde mental. Precisamos de escolas mais seguras. Temos de restringir a cobertura mediática sensacionalista. Precisamos de restaurar os nossos valores familiares. Temos de restaurar os nossos valores americanos e precisamos de posse de armas responsável”, afirmou.
“Os donos de armas responsáveis estão fartos que a Segunda Emenda [norma na constituição dos EUA que diz respeito ao direito de posse de armas de civis] seja abusada e sequestrada por alguns indivíduos perturbados", acrescentou.
Acompanhado pela mulher Camila Alves, o ator acompanhou algumas das famílias das vítimas e revelou que todos os pais com quem falou manifestaram o desejo de que “os sonhos dos seus filhos persistam”. “Eles querem que a perda das suas vidas seja importante”, sublinhou.