O almirante Henrique Gouveia e Melo é o primeiro chefe do Estado Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional (AMN) a ganhar a candidatura europeia ao fundo de segurança interna em nome da Polícia Marítima. Segundo informação apurada pelo Nascer do SOL, além do início de uma renovação e modernização da Polícia Marítima, no âmbito tecnológico, estão em desenvolvimento inúmeros dispositivos tecnológicos construídos em parceria com a célula de inovação CEOV da Marinha, nomeadamente para a investigação criminal.
«A importância destes fundos é o facto de permitirem o apetrechamento que não seria possível de outra forma. São investimentos altamente vantajosos para as Forças Armadas», começa por explicar, em declarações ao Nascer do SOL, uma fonte do órgão que garante e fiscaliza o cumprimento das leis e regulamentos nos espaços marítimos. «Tudo aquilo que incremente a vigilância marítima é essencial. Com a imigração ilegal, o combate ao narcotráfico e outras ameaças transfronteiriças, temos de estar preparados para as detetar e poder reagir. Cada vez há equipamentos mais tecnologicamente avançados», acrescentou. O órgão de polícia criminal pertencente à AMN garante nos seus cofres cerca de 1M de euros só no semestre corrente com esta candidatura, tendo ainda, até ao final deste ano, capacidade para assegurar até 7 milhões de euros em outros fundos comunitários. «Há possibilidade de a Polícia Marítima, em colaboração, concorrer a fundos comunitários que beneficiam ambas as partes, porque o espetro de equipamentos para o qual se pode concorrer é largo», elucida a mesma fonte, referindo-se à célula CEOV da Marinha. «É uma questão de partilharmos esforços. São processos muito complicados e exigentes do ponto de vista do rigor. Esta é a primeira vez que concorremos. Até agora, tem sido utilizado principalmente pela GNR».
O chefe de Estado Maior da Armada e AMN criou, juntamente com o vice-almirante Dores Aresta, atual comandante geral da Polícia Marítima – igualmente especialista na criação de equipas multidisciplinares, sendo que já o tinha demonstrado nos projetos executados no comando de zona marítima da Madeira –, uma estrutura técnica de especialistas na área de gestão policial e fundos europeus com o objetivo primordial de renovar a Polícia Marítima.
Esta estava há aproximadamente 10 anos sem qualquer investimento em apetrechamento tecnológico. Além de se encontrar ao serviço da agência Frontex, em missão de Itália e na Grécia, a Polícia Marítima apoia também as operações marítimas da PJ.