O preço do gasóleo não para de aumentar. Depois de o litro deste combustível ter atingido, no início da semana passada, valores na ordem dos dois euros, prepara-se para voltar a subir 12 cêntimos. Feitas, as contas quem estiver a pensar em abastecer o carro irá confrontar-se com preços na ordem dos 2,12 euros por litro. Quanto à gasolina, apesar de aliviar dois cêntimos, os valores continuam a estar muito próximos dos 2,30 euros por litro, isto se não estivermos a falar de postos de abastecimento nas autoestradas. Aí o cenário ainda é mais desanimador.
O mercado justifica este forte aumento dos preços com o anúncio da aprovação do sexto pacote de sanções da UE contra a Rússia. Os 27 países-membros deram luz verde para um embargo de até 90% às importações de petróleo russo, a concretizar até final deste ano. No entanto, se compararmos os valores que são praticados em Espanha, a diferença é grande. O preço da gasolina ronda os 1,680 euros, ou seja, abaixo 8,5% da média da União Europeia.
Argumentos que não convencem os economistas que têm sido contactados pelo nosso jornal, que culpam o Governo pela elevada carga fiscal. E os números falam por si. Só em abril, o Estado arrecadou 217 milhões de euros com o Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP).
Ainda esta quinta-feira, a Entidade Reguladora do Setor Energético (ERSE) indicou que, em abril, o preço do barril de petróleo diminuiu face ao mês anterior. Mas, em contrapartida, o preço médio de venda ao público da gasolina e gasóleo subiram nesse mesmo mês. Justificação: a alteração na gasolina foi motivada “pelas componentes de incorporação de biocombustíveis e de cotação e frete”, enquanto no caso do gasóleo, pesou as componentes de incorporação de biocombustíveis, assim como os “custos e margem de comercialização”.
Na mesma análise, o regulador revelou que os distritos de Castelo Branco, Braga e Aveiro registaram os preços de gasóleo e gasolina mais baixos em Portugal continental. Já Bragança, Beja e Faro apresentaram os preços mais altos. Por outro lado, os hipermercados continuam a apresentar as ofertas mais competitivas de gasóleo e gasolina: 1,5% abaixo dos operadores do segmento low-cost e 5% inferiores aos dos postos de abastecimento de marca, apresentando uma diferença de 10,2 cêntimos por litro.