Portugal é o segundo exportador mundial de carne de tubarão e o 6.º maior importador de carne de raia. O alerta foi feito pela Associação Natureza Portugal, que trabalha com o World Wide Fund for Nature (WWF), chamando a atenção para sobrepesca e comércio não regulado destas espécies – um negócio que estimam mover mais de 4 mil milhões de dólares por ano a nível global, quando 36% das espécies estão ameaçadas.
“A Espanha é o maior exportador mundial e a Itália o maior importador de carne de tubarão. Na última década, Espanha dominou o comércio global altamente complexo de carne de tubarão fresca e congelada, aparecendo entre os três principais países do mundo com maiores valores, volumes e número de parceiros comerciais”, diz a associação, concluindo que as “pontes comerciais mais importantes para a estabilidade da rede de carne de tubarão têm sido entre Japão, Portugal, Reino Unido e Espanha; Japão e Panamá; e China e Japão.” A UE, acrescenta, é responsável por 22% do comércio global.
Para a ANP, “Portugal contribui significativamente para o comércio global de carne de tubarão. Na última década é o país do mundo com maiores exportações de carne fresca e o 2.º em carne congelada em termos de volume. Estabelece ligações comerciais com 95 países diferentes, sendo a Espanha, o país com o qual Portugal tem o maior volume de trocas comerciais.”
Para regular efetivamente esta rede “altamente complexa e global”, diz a ANP, é necessário conhecer a dimensão das rotas, as espécies envolvidas e os países de origem e de destino, bem como o seu tipo de processamento. Segundo dados do INE, que o i consultou, só em 2021 Portugal exportou mais de 13 201 quilos de barbatanas de tubarão frescas ou congeladas e 186 749 quilos de barbatanas congeladas, ou seja, praticamente 200 toneladas de barbatanas de tubarão. O produto foi todo para o mercado intra-UE.