O navegador Internet Explorer chegou ao fim depois de mais de duas décadas a servir os internautas, ainda que a sua relação nunca tivesse sido a melhor da internet em quase todos os cantos do mundo. O fim do navegador foi recebido com muitas reações nas redes sociais, no entanto, para um engenheiro sul-coreano esta “morte” teria de ser simbolizada com um gesto mais eterno: uma lápide.
Kiyoung Jung, de 38 anos, decidiu ‘enterrar’ o Internet Explorer no terraço de um café em Gyeongju, no sul da Coreia do Sul. Na lápide, escreveu uma frase que caracterizava aquele navegador: "Era uma boa ferramenta para fazer download de outros 'browsers'".
Em entrevista à agência France Presse (AFP), Kiyoung Jung explicou que tomou a iniciativa de criar a lápide porque, enquanto engenheiro informático, trabalhou arduamente para desenvolver conteúdos para o navegador.
Nos últimos anos, o Internet Explorer perdeu a sua importância e passou a ser uma opção desprezada por muitos utilizadores, que o consideravam lento e com falhas no sistema.
No entanto, este decréscimo na popularidade não se sentiu na Coreia do Sul, pois continuou a ser o navegador mais usado naquele país, mesmo com o aparecimento e preponderância nas últimas décadas do Google Chrome, do Safari e do Microsoft Edge, o outro navegador da Microsoft.
Até 2014, as empresas sul-coreanas de serviços bancários e comércio digitais eram obrigadas por lei a disponibilizar o navegador, assim como outros 'plugins' que deixaram de ser utilizados.
Até recentemente, o Internet Explorer era o ‘browser’ predefinido dos sites do governo de Seul, segundo a AFP.
Para Kiyoung Jung, o Internet Explorer roubava-lhe mais horas extras de trabalho a criar sites que fossem compatíveis em todos os navegadores, ao contrário dos restantes.
A ‘morte’ deste navegador foi uma boa notícia para o sul-coreano, no entanto este admite que sente nostalgia da altura em que o ‘browser’ era a principal fonte para aceder à internet.
Ainda na entrevista, Jung citou o conceituado produtor de filmes de animação, Hayao Miyazaki, para expressar a sua dedicação ao Internet Explorer: "As pessoas ficam normalmente aliviadas que as máquinas não tenham uma alma, mas nós, como seres humanos, damos-lhes os nossos corações".